Fui convidado para assistir uma aula sobre
queijos franceses, na Escola das Artes Culinárias, do chef Laurent Suaudeau,
organizada pela Cap Amazon.
O evento que se denominava: “Queijo não,
Fromage sim” tinha como objetivo divulgar e incrementar o consumo de queijos
franceses, no Brasil. Evento este promovido pelo CNIEL (Centre
Interprofissionel de l’Économie Laitière).
Para fazer a divulgação dos queijos, o
chef. Laurent Suaudeau preparou junto com os alunos, receitas com os queijos
contemplados na campanha.
O evento começou com a apresentação de um
vídeo que mostrava as regiões dos queijos e a complexidade e variedade dos
mesmos na França.
A França tem grande diversidade de regiões
e de climas, com influências do atlântico e do mediterrâneo, dos maciços
centrais, dos Alpes e dos Pirineus. Os ventos quentes que vem da África e os
frios que vem do canal da Mancha, criam uma diversidade climática e tudo isso
influencia a produção dos queijos.
Os queijos são divididos em três
denominações: AOP/AOC, (denominação de origem controlada), IGP (indicação
geográfica controlada) e outros.
Os queijos com denominação AOP são 62,
sendo classificados quanto aos tipos: Queijos prensados de massa cozida, macios
de casca tratada, macios de casca branca, azuis, de cabra, prensados de massa
crua e os frescos.
O presidente Charles De Gaulle dizia que
era impossível governar um país onde existem mais de 300 queijos. Hoje em dia, os
queijos franceses já sãomais de 1.000 tipos.
Já o governo brasileiro ainda tem uma
legislação antiquada, que impõe limitações aos queijos que tenham um prazo
menor de 3 meses de maturação. Esta lei está criando problemas para a venda de
queijos brasileiros, como por exemplo, os frescos da serra da Canastra.
Voltando aos queijos apresentados pelo
Suadeau. Eles vem de 3 categorias: macios (brie, brillat-savarin, coulommiers e
camembert), semi duros (Emmental e Comté) e azuis (Bleau d’Auvergne).
Para Suaudeau, os queijos podem ser
consumidos em três situações: happy hour, Aperitivo e entrada para o jantar.
Na Happy hour, eles podem vir com
coquetéis, vinhos, espumantes ou cervejas. Nestas ocasiões, os queijos sugeridos
são: Brie, Emmentale Saint Agur, entre azeitonas e frios, para acompanhar a
cerveja.
Como aperitivo, o queijo natural vai bem,
acompanhado de pão, frutas secas ou frescas, doces ou geléias e canapés. As
estrelas desta ocasião são: brie, emmental e bleu d’Auvergne.
Na entrada do jantar, como primeiro prato,
o queijo pode vir com saladas, sopas, caldos, cremes, suflês, quiches, tortas,
tartines, carpaccios ou mesas de antepastos. Nesta ocasião os queijos ideais
são: brie, e bleu d’Auvergne.
No Brasil, em geral, os queijos são
consumidos antes das refeições, enquanto que os franceses consomem no final da
refeição. O queijo no início da refeição tira a fome, por isto que “espertamente”
são servidos nos rodízios, para reduzir o consumo de carne.
Terminada a explanação, fomos para a
cozinha, para assistir a preparação de dois pratos feitos pelo chef Laurent.
O primeiro prato apresentou uma parte
inferior feita de fina camada de brioche, em seguida e sobre ele, camadas intercaladas
de batatas laminadas assadas e queijo brie.
As batatas são cortadas finas e
posteriormente colocadas sobre um papel manteiga. Desta forma vão ao forno, com
uma chapa por cima, para mantê-las planas.
O segundo prato era feito de carne de
javali, queijo camembert e molho de maçã caramelada.
Depois da aula de culinária, fomos provar
os queijos da campanha, junto com vinho branco ou tinto.
O queijo azul foi o que mais me
impressionou por seu sabor e intensidade. Não foi servido o brillat-savarin,
infelizmente.
O evento, que faz parte de uma campanha de
quatro aulas, foi muito bem organizado e atingiu o seu intuito de divulgar os
queijos franceses no Brasil!
Uma boa experiência!
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