Em agosto de 2014, a ViniPortugal, com a assessoria de Cristina Neves Comunicação e Eventos, promoveu um encontro, para nos apresentar seus vinhos.
A ViniPortugal é uma organização que representa todo o setor vitivinícola português e tem como missão promover a qualidade e a excelência dos vinhos portugueses.
Portugal tem uma longa tradição na vinificação, que é feita ainda hoje, a partir de castas tradicionais e locais. Na sua maioria, estas castas não são encontradas em outras partes do mundo e são elas que nos proporcionam vinhos agradavelmente diferentes, com aromas únicos e com muita personalidade.
Portugal tem uma diminuta região geográfica para as vinhas, se comparada aos grandes países produtores de vinho. Apesar disto, o país tem grande diversidade e qualidade de uvas e seus vinhos são competitivos no mercado e direcionados para diferentes tipos de consumidores.
Mesmo em Portugal, são poucas as castas que são reconhecidas pelo seu nome, para além do trio Alvarinho, Baga e Touriga Nacional. A notoriedade é reduzida entre as mais de 250 castas nacionais, oficialmente registadas, com nomes tão exóticos como Esgana Cão, Amor-não-me-deixes, Carrega Burros, Cornifesto, Dedo de Dama, Dona Joaquina, Pé Comprido ou Zé do Telheiro.
O mercado brasileiro apresenta barreiras econômicas e uma complicada política de importação. Mesmo assim, Portugal está no terceiro lugar na entrada de vinhos no nosso país, superando a Itália. Assim o Brasil torna-se uma prioridade para os produtores portugueses.
Além da master Class, vários produtores estiveram presentes ao evento, apresentando seus vinhos:
Adega Cooperativa Borba, Adriamos Ramos Pinto, Agrimota, Aveleda, Cartuxa, Casa de Cello, Casa Santos Lima, Casa Ermelinda Freitas, Casa Santos Lima, Churchill Graham, Companhia das Quintas, Cooperativa Agrícola Sto Isidro, Cortes de Cima, Dão Sul, Esporão, Granadier, Herdade da Comporta, João Portugal Ramos , Lima & Smith, Lusovini, Monte da Capela, Parras Vinhos, Quinta da Foz, Quinta de paços, Quinta do Crasto, Quinta do Cume, Quinta do Vallado,Quinta dos Termos, Roquevalle, Sociedade Agrícola da Romaneira, Sogevinus, Venâncio da Costa lima e Vinhos da Quinta da Pedra Alta.
Como em todos os anos, estes encontros promoveram uma Master Class apresentada, desta vez, pelo jornalista e crítico de vinhos do jornal Valor Econômico, da revista Prazeres da Mesa e da Rádio CBN, Jorge Lucki.
O tema deste ano era: Vinhos Especiais e Antigos.
Quinta de San Joanne, branco 2000, da região do Minho, é fermentado em madeira e tem 13% de álcool. As castas: Avesso, Alvarinho e Chardonnay. Ele passa 6 meses por barrica. Este é um vinho muito interessante, que apesar de branco é longevo, com um toque salgado.
Quinta dos Termos Reserva 2002, da Beira Interior, passa por barricas novas de carvalho francês, com 12,5% de álcool. É um vinho agradável, com bom volume e persistência na boca. Senti um fundinho de amargor.
Marques de Borba 2003, do Alentejo, com cepas: Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. É um vinho gostoso, com algumas arestas no tanino, resultante de uma safra muito quente em 2003.
Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2004, usa aproximadamente 30 cepas de parreiras velhas, com 14,5% de álcool. O vinho passa 18 meses em barrica de carvalho francês. Apresenta frutas maduras no nariz. Na boca, ele é muito intenso e equilibrado, com bons taninos e longa persistência.
Cortes de Cima 1998, do Alentejo, utilizando as cepas: Aragonez (85%) e Cabernet Sauvignon. Passa 12 meses por barrica e tem 14% de álcool. Para mim, este foi o melhor vinho tinto que provei. Muito equilibrado, boa persistência, bouquet maravilhoso de frutas silvestres, especiarias, com toque de fumo.
Pera Manca 1998, do Alentejo, usa as cepas: Trincadeira (70%) e Aragones, com 13% de álcool. Este é um vinho excepcional, que melhora a cada ano de guarda. Ele tem um belo halo, que demonstra sua idade. Seu aroma tem um toque de oxidação, com frutas vermelhas e secas. Na boca os taninos são finos, com presença de empireumáticos.
Moscatel de Setubal, produzido pela Adega Venancio Costa Lima, na região de Palmela. Ele usa a cepa Moscatel de Alexandria e passa 30 anos de barrica. Foi produzido para comemorar os 100 anos desta adega. No nariz é muito presente, com figos secos e damasco, uma delícia. Na boca é presente, o figo seco e tâmara, com acidez marcante que equilibra a doçura. Uma rara oportunidade de conhecer um vinho excepcional!
Porto Burmeister Colheita 1955, das “Vinhas do Alto”. Apresenta uma bela cor castanha. Seu bouquet é intenso de frutas secas, especiarias e mel. Na boca ele é intenso e aveludado, com longa persistência. Um vinho perfeito para encerrar a aula.
Após a Masterclass, me dirigi à feira de vinhos para conhecer outros produtos.
Um vinho interessante e bem diferente que provei foi o Gran Passo Reserva Clássico 2012, da região de Lisboa. Ele é produzido pela Casa Santos Lima, das cepas Touriga Nacional e Shiraz. Ele é feito com uvas parcialmente passificadas.
Dirigi minha atenção à uma mesa de vinhos do Porto, com diversos tipos de Porto, onde foi possível provar desde os mais simples, até os Kopke Colheita 84 e o Barros Colheita 74, que estavam maravilhosos!
Este evento tem se superado a cada ano, com apresentação de uma gama de vinhos, desde os mais simples até os grandes vinhos portugueses, enriquecendo sempre o nosso conhecimento!
A organização de Cristina Neves Comunicação e Eventos promoveu um excelente encontro!
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