terça-feira, 18 de agosto de 2015

Trieste - Itália

Depois da parada que fizemos em Izola, na Eslovênia, voltamos para a Itália, a fim de conhecer a cidade de Trieste.

Trieste fica na região do Friuli-Veneza-Júlia, junto ao mar Adriático, praticamente na fronteira da Itália com a Eslovênia.

Trieste foi uma colônia romana no século II A.C. e fez parte do Império Bizantino. Posteriormente, passou para controle dos francos. Fez parte também do Império Austríaco até 1918, representando a única saída para o mar da Áustria. É notória a influência austríaca na cidade de Trieste, tanto nas fachadas dos seus prédios, como nos nomes do povo local, pois muito nascido ali tem sobrenome austríaco.

Trieste possuía status privilegiado por ser principal porto da Áustria-Hungria, mantendo sempre elos comerciais com o Vêneto e com a Itália.

O idioma alemão era a língua oficial da cidade, muito usada pela burocracia local, por conta da importância das relações estabelecidas com a capital Viena. O idioma italiano era também oficial, embora a população usasse coloquialmente o dialeto triestino.

Pois bem, fomos a Trieste para conhecer a cidade e para fazer uma parada antes de seguir para o nosso destino final na Itália: Veneza. No entanto, a cidade nos surpreendeu, tanto pela sua beleza como pela hospitalidade de seu povo, que é muito amável!

Ficamos hospedados no Hotel Victoria, que fica na Via Alfredo Oriani, 2.  (http://www.hotelvictoriatrieste.com/). O Valor de 2 diárias, com café da manhã e taxas foi de E$ 264,00. Fomos muito bem recepcionados, num hotel tradicional e de muito bom gosto, além de ficarmos numa boa localização central. O café da manhã era muito gostoso e podia tranquilamente substituir uma refeição.

No nosso primeiro dia em Trieste, subimos até a região alta e mais antiga da cidade, para ter uma visão geral. Nesta região visitamos sítios arqueológicos e as ruínas do tribunal romano. A Catedral também se localiza ali.

A área deste nosso passeio matinal tinha um ar alegre e muita juventude transitando pelo local.

Fomos descendo o morro e encontrando algumas ruínas antigas, incrustadas em construções mais atuais, como o arco de Ricardo, que era um dos portões da Trieste Romana, e a entrada para o santuário da Magna Mater.

Passamos também pelo Castello de San Giusto, construído pelos governadores venezianos .Do seu terraço, podemos avistar o golfo de Trieste.

Visitamos também um anfiteatro romano, que infelizmente, está bem deteriorado. Sua capacidade é de abrigar 6.000 espectadores. Hoje em dia, ele é usado também em shows de verão.

Já na parte baixa da cidade, não resistimos a provar o tão delicioso sorvete italiano. Aliás, acho que é o melhor sorvete do mundo. Os sabores eram bem variados: pignolis, café ille, nociolla, cremino, chocolate saher e chocolate com laranja.

Depois do sorvete, chegamos então à ampla Piazza dell’Unita d’Italia, com seus vários prédios com lindos detalhes de decoração austríaca nas suas fachadas!

Nesta praça, que é bem agitada, existe um lindo teatro.

Aproveitamos para tomar um café no charmoso café Torinense. Foi aí que falei para o proprietário do café, que um dos objetivos da minha viagem era o de conhecer melhor os vinhos do Friuli. 
Quando ouviu isto ele se animou e me mostrou os seus melhores vinhos.

Depois de uma boa prosa, caminhando pela região, chegamos à ao Canal Grande, onde havia uma feira de deliciosos alimentos europeus, de várias regiões da Itália.

Aproveitei a feira para provar uma deliciosa porchetta, além de comprar uma série de frutas glaceadas. O almoço estava completo!

No final do Canal Grande ficava a bela igreja ortodoxa e depois de conhecê-la, passamos o final da tarde pela região, colorida pela festa e pelas barraquinhas de comidas!


No dia seguinte pegamos um ônibus para ir ao castelo de Miramare, que se debruçava sobre o mar de Trieste.

O local é muito bonito, com jardins floridos, merecendo, no entanto, um pouco mais de cuidado.

Passeamos pela orla, onde o topless é comum e as pessoas entravam naquele mar gelado.

Voltamos para o centro, para apreciar outras delícias daquela feira do Canal Grande.

Fui a uma barraca de cervejas inglesas e sentei-me numa mesa ao lado. Uma simpática moça perguntou-me se poderia sentar junto a nós, com o seu namorado. Eu disse que sim. Aí começamos um longo e divertido papo que acabou se tornando uma boa amizade entre nós quatro. Eles eram Rebeca e Francesco.

Ela de Trieste e ele da Puglia, formavam um par sui generis. Ele era capitão de um rebocador e uma figura única, muito alegre e carismática!

O casal nos apresentou produtos da Puglia. Uma conserva de diminutos peixinhos (schiuma di mare), cebolinhas agridoces e outras coisas mais.

Como eu tinha falado a eles que apreciava vinhos, eles me levaram a vários bares locais, para provar os vinhos da região. Foram também buscar um pouco do presunto regional (prosciutto cotto triestino), dizendo que ele era o melhor da Itália. Tenho minhas dúvidas, uma vez que já havia provado nesta mesma viagem o espetacular presunto cru San Danielle...

Brinquei com Francesco sobre a pronúncia das diversas palavras italianas e os equívocos cometidos por nós, estrangeiros, ao pronunciá-las. Perguntei se ele era pugliano, pois ele nasceu na Puglia, ao que ele riu e me explicou: “Não diga isto! É um palavrão”. Aprendi então que o certo era dizer: Pugliese.

Havia de tudo nesta feira, comidas, músicas, pessoas fingindo de estátuas e até mesmo imitando figuras que parecem flutuar no ar.  Famílias, casais e crianças, todos desfilando alegremente entre as barraquinhas de salames, cantuccis, e outras guloseimas tantas, naquela tarde de sábado!
Divertimos-nos muito e ficamos felizes em fazer novos amigos!

O que vale na vida afinal?

Depois deste agradável passeio por Trieste, partimos para Veneza, cidade encantada que fecharia com chave de ouro, a nossa bela viagem!




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