Neste ano de 2016 resolvi conhecer algumas regiões sul da Itália, pouco visitada pelos brasileiros em geral: Abruzzo, Puglia, Basilicata e Calábria . Além destes locais, voltei a visitar também a Campania, Toscana, Sicília e Roma.
Visitei 7 vinícolas, premiadas com 3 bicchieri pelo guia de vinhos italianos, o Gambero Rosso, a fim de conhecer seus vinhos.
Esta viagem teve então o seu início em Roma, onde peguei o carro no aeroporto e de lá já fui direto para o Abruzzo, onde me hospedei no Castelo Semivicoli, da cantina Masciarelli. Antes disso, passei no caminho, pela graciosa cidade de Sulmona, famosa pela sua fabricação de confettis.
Nesta região do Abruzzo, visitei algumas praias onde existem os Trabucchi, que nada mais são do que casas sobre palafitas de madeira, munidas com lanças, para facilitar a pesca dos pescadores, que colocavam suas redes ao mar. Os Trabucchi que eu vi nesta praia visitada, foram adaptados e hoje se transformaram em charmosos barzinhos.
Depois de conhecermos as praias de Abruzzo, partimos para a Puglia e o Promontório de Gargano, onde eu pretendia visitar suas praias bonitas e charmosas. No entanto, descobri que apesar de estarmos próximo ao mar, estas praias bonitas ficavam longe, o que nos tomaria muito tempo de viagem.
Passamos então pela cidade costeira de Trani, onde eu deveria ter ficado ao invés do Promontório. Trani tem belas construções e uma bonita sua catedral! Foi lá que provamos o vinho Moscato Villa Schinosa Tradicional da região de Trani, que provavelmente tem origem grega, da cepa Moscato Reale), antes de prosseguirmos em direção à Polignano al Mare.
Em Polignano al Mare, que é uma cidade linda onde o mar bate nas rochas, nos hospedamos no Hotel Castellinaria. Sem dúvida, apesar de infelizmente pegarmos chuva ali, é um local que vale muito a pena passar uns dias.
Visitamos a vinícola Polvanera, onde as simpáticas filhas do proprietário, nos receberam gentilmente. Quando chegamos ao local, a luz tinha acabado por conta da chuva, (parece que isto não é um problema só do Brasil), mas quando ela voltou, foi possível então visitar suas adegas. Escolhi 2 garrafas de vinho para comprar, ao final da visita, mas fui presenteado com elas por com estes vinhos. Obrigado.
Nesta mesma região, fomos também visitar as grutas de Castellana, que ficam próximas à vinícola Polvanera, programa este que poderia ser dispensado, pois já vi grutas mais bonitas no Brasil e na Eslovênia.
Partimos em seguida para a bela cidade de Lecce, com muitas obras em rococó e uma longa herança grega e romana em suas esculturas e arquitetura.
A cidade de Lecce nos serviu de base para dali, conhecermos as praias maravilhosas de Sant’ Andrea, com seu mar cor de esmeralda. Ali, para nadar, tive de usar meus sapatos de borracha, especiais para andar em rochas.
De lá, fomos também conhecer Gallipoli, com seu centro histórico e belas praias de areia, o que é raro na região.
Em seguida, viajamos até Matera, na Basilicata. Durante este percurso, ficamos curiosos para conhecer a cidade de Taranto, berço da tarantela, com seu centrinho histórico á beira mar.
Voltando para Matera, cidade deslumbrante, com inúmeras cavernas, onde o povo ainda mora, pudemos apreciar os cenários onde foi filmada "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson.
Matera é encantadora e mais parece um presépio ao vivo!
Pegamos então, de carro, um longo trecho entre a Basilicata e a Calabria, com algumas entradinhas meio ruins. Atravessamos de balsa o estreito de Messina, para depois chegarmos ao nosso destino que era a cidade maravilhosa de Taormina, na Sicília.
Na Sicília, fui visitar a cantina da Tenuta Fessina, que fica aos pés do vulcão Etna.
Voltamos após o passeio siciliano, para o continente, parando na cidade de Tropea, na Calábria. Uma cidade sobre rochas, com suas praias de areias e uma água translúcida. Não sem antes passar na charmosa cidade litorânea de Scilla, onde já estivemos antes.
Fiz um contato em Tropea, com um representante da vinícola Benvenuto, que me agendou uma visita à cantina, onde fui muito bem recebido pelos proprietários. Como, no entanto, estavam em vendêmia, provei um delicioso vinho rose, ainda na cuba e partimos para não atrapalhá-los. O jovem proprietário, ao se despedir, nos presenteou com um vinho branco e outro tinto da sua Vinícola.
Pegamos então outro longo trecho de estrada, até Sorrento, que fica por sinal fica na Campania. Esta cidade, que já conhecíamos antes, nos serviu de base para conhecer Capri, Nápoles e visitar a cantina de Mastroberardino.
Apesar da bagunça de Nápoles, gostamos mais dela do que de Capri, pois em Capri, além de não conseguirmos visitar a gruta Azul, devido à maré, nos pareceu uma cidade descaracterizada. Uma cidade luxuosa com muitas lojas de grife, o que tira o charme típico do local, a meu ver.
Atravessamos então, o Lazio, onde fica Roma e fomos para a Toscana, na região do Chianti. Lá ficamos hospedados no Relais Riserva di Fizzano, a convite dos proprietários da vinícola Rocca Della Macie. A acolhida e a experiência neste local foi excepcional!
Desta região, fomos para Montalcino, a fim de visitarmos a vinícola de Siro Pacenti.
Neste ano tivemos uma experiência inédita, pois alugamos uma casinha, no meio de um bosque de castanheiras no sul da Toscana. Este local bucólico e silencioso próximo a Castel Seggianno nos serviu de base para visitar outras cidades próximas dali.
Conhecemos então à imponente Montepulciano, a pequena e charmosa Pienza, a igrejinha Nossa Sra. de Vitaletta, que fica no meio dos campos da Toscana e por fim, Bagnovignoli, onde tomei banho nas suas águas termais.
Descobri nesta experiência toscana, que, apesar de estarmos hospedados perto das cidades, as entradinhas da região, com suas muitas curvas, tornam estas viagens muito demoradas.
Finalmente partimos para o destino final, que era Roma e passamos antes pela cidade de Bagnoregio, que fica sobre rochas, que estão se desfazendo com as chuvas. Uma espécie de Mont San Michel italiano.
Em Roma, finalmente, tivemos o gran finale, visitando lugares belíssimos, museus, parques e fontes, além de comer e beber divinamente!
Ali vivemos outra experiência inédita, pois alugamos um apartamento perto da Piazza di Spagna, algo que foi muito prático e agradável.
Durante esta viagem para a Itália, erramos apenas 2 vezes em restaurantes, em um mês!Nos demais vinte oito dias, comemos e bebemos divinamente.
A Itália tem longas, mas relativamente poucas auto-estradas, muito bem mantidas e sinalizadas. Fora os grandes percursos, passamos por estradinhas, que passavam pelas cidade, muitas sem acostamento, o que aumentou nosso tempo de viagem.
No final das contas podemos dizer que a viagem foi ótima, e que infelizmente, o que é bom dura pouco.
Depois de um mês de alegrias, tivemos que retornar ao Brasil e suas crises.