Quando estive em Tropea, passei por uma lojinha de vinhos e artigos da região e resolvi entrar para provar alguns vinhos. O simpático dono, Francesco Mazzitelli, ao saber que eu escrevia sobre vinhos, me ofereceu alguns para que eu provasse.
Além disto, ele insistiu para que eu visitasse a Cantina Benvenuto, que ele representava na região. Perguntei se eles abriam domingo, que era justamente o dia seguinte e eu ainda estaria por lá. Ele disse que sim e que o dono abriria a cantina para mim.
Domingo cedo, fomos costeando o mar da Calábria, por uma estradinha sinuosa e, depois de varias peripécias, chegamos finalmente na cantina, próxima à cidade de Francavilla Angitola.
A família de Giovanni, jovem proprietário da Cantina Benvenuto, foi muito amável! De cara me explicaram que era prevista chuva no dia seguinte e eles teriam de fazer a colheita naquele mesmo dia.
Ainda assim, ele deu uma volta pela propriedade comigo e me mostrou os diversos pés de uvas que eles tinham ali.
Vimos também nas plantações, um interessante boneco que se mexia, parecendo mais um robô. Ele nos explicou que era um espantalho mecânico que dispersava as aves que vinham comer as docíssimas uvas. Eles tinham também um sistema para soltar rojões de tempos em tempos, com a mesma finalidade de assustar os pássaros comedores das uvas. Isto me fez entender que a tecnologia vem rondando esta região remota da Itália...
Continuando a conhecer a propriedade agrícola, passamos por uma área telada, com cobertura, onde as uvas Zibibbo secavam, a fim de produzir o Passito Alchimia, que tem 16,5% de álcool.
De volta à cantina, ele me ofereceu um delicioso vinho rosé, denominado Cielo, da cepa Calabrese, de um vinhedo de 22 anos. O vinho, recém retirado da cuba de inox, apresentava uma cor similar aos rosas salmão da Provence, com uma delicadeza de aromas de rosa, morangos e groselha. Na boca era um vinho fresco, redondo e equilibrado, com boa acidez e um final macio e persistente.
Ainda tivemos um tempo para tirar fotos com a família (Marco, Maria e Ane Lise) e ganhamos um vinho branco da uva Zibibbo IGP 2015, que vamos guardar com muito carinho e beber depois de um tempo.
Este vinho é descrito como tendo a graduação álcoolica de 13%, com uma cor amarelo palha e reflexos esverdeados. Promete ser intenso e complexo no nariz, com notas minerais e de flores e com boa acidez. Na boca deve sugerir uma sensação de frescor, elegância e um final longo.
Ganhei também deles, outro vinho que nem está no site da vinícola: Fortuna Greco Nero Maglianico, das cepas Greco Nero e Maglianico.
Conforme a descrição de Giovanni, o vinho é envelhecido em barricas de carvalho francês até a fermentação malolática natural. A sua cor é de um vermelho intenso, com reflexo púrpura. No nariz ele é amplo e persistente, com toques de fruta, pimenta negra, chocolate e baunilha tostada, devido ao afinamento em madeira. No palato resulta complexo e envolvente. Tanino macio e elegante.
Agradeço muito a Giovanni e sua família, que apesar de estarem na vindima e trabalhando, encontraram tempo para nos receber gentilmente!
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
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