A Mistal me convidou para um evento, junto a um grupo de Sommeliers de restaurantes, a fim de provar o s vinhos chilenos da vinícola da Garcés Silva, cujo vinho mais conhecido é o Amayna.
A vinícola é uma pequena butique, localizada no Vale de Leyda, próximo a Casablanca que é uma das regiões vinícolas mais frias do Chile. Isto acontece por que ela está muito próxima do Pacífico (14 Km) e sofre diretamente o efeito das correntes de Humbold, que vem da Antártida.
Esta região é ótima para a produção de Pinot Noir e de Sauvignon Blanc. O Amayna Sauvignon blanc recebeu 91 pts. de James Suckling, na safra 2011.
Outro destaque da vinícola é seu Pinot noir, um tinto intenso, mas com elegância e equilíbrio. Ele foi indicado por Steven Spurrier como o melhor tinto do novo mundo.
Os últimos lançamentos da vinícola são os vinhos da linha Boya, inclusive um Pinot Noir, que na safra 2015 recebeu 95 ptos. da revista Decanter. Outro vinho Boya é o Syrah, classificados com 91 pts. pela revista Descorchados. O vinho Sauvignon Blanc recebeu 92 pts. da Wine & Sprits na safra 2015. A linha Boya tem também um rosé, fino e perfumado, com uma cor que mais lembra os rosados da Provence. Elste rosé recebeu 90 pts. da Descorchados para a safra 2016.
Os vinhos Boya são feitos num estilo mais leve do que os Amayna e revelam influências da fria e marítima região de Leyda. Eles não passam por barrica.
A proprietária da vinícola, Maria Paz Garcés Silva fez neste evento, uma apresentação da vinícola e nos contou que sua região é tão próxima do Pacífico, que se nós provássemos as uvas locais, sentiríamos o sal na sua pele.
Apesar de não ter certificado de orgânica, a Butique produz seus vinhos de forma orgânica, procurando interferir o mínimo possível no meio ambiente.
A Bodega foi construída em níveis, para que o transporte, da uva e do vinho, seja feito por gravidade, o que preserva os aromas e a potência dos vinhos.
O terreno, por sua vez, conta com alguns tipos de solo: granito em decomposição (coberto por carbonato de cálcio), pedras aluviais pequenas, granito alterado e carbonato de cálcio.
Começamos a degustação deste evento provando o Amayna Sauvignon Blanc 2017, com 14,5% de álcool. Ele tem um aroma de frutas tropicais e cítricas e um toque mineral. Gostei muito deste vinho, inclusive porque ele não tem aquele aroma herbáceo que a maioria dos Sauvignon da América do Sul apresentam. Custa US$44,90.
Boya Chardonnay 2015, um vinho fresco, com aromas de pera e frutas tropicais e com toques cítricos. Ele é bem equilibrado na boca e tem boa acidez. O vinho custa US$32,50.
Boya Rosé 2016, da cepa Pinot Noir, com 12,5% de álcool. Um vinho com notas de frutas silvestres e toques minerais. Ele custa US$32,50.
Amayna Sauvignon Blanc Barrel Fermented 2011, com 14,5 % de álcool. Ele tem aromas de frutas tropicais maduras como manga e com toques de baunilha. Tem também uma bela acidez e boa persistência. Custa US$69,90.
Amayna Pinot Noir tem 14,5 % de álcool. Na boca tem uma bela textura, elegância e persistência. Custa US$64,90.
Boya Syrah 2015, com 13 % de álcool. No nariz ele traz frutas vermelhas, com notas de violeta. Seus taninos são macios e conta com boa acidez. Custa US$32,50.
O nome Boya, vem da boia do mar, devido à proximidade que os vinhedos tem do mar.
Maria Paz contou-nos também que o nome Amayna vem do verbo amainar, neste caso ela quer dizer o tempo que amaina logo após a tormenta.
Aprendi coisas novas neste evento e desde já agradeço à Mistral pelo convite, para melhor conhecer o vinho chileno.
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
domingo, 31 de março de 2019
sexta-feira, 22 de março de 2019
Grahm's, produtora de excelentes vinhos do Porto
A história da Grahm’s se confunde com a história de duas famílias, ao longo de três séculos, por quase 200 anos. https://www.youtube.com/watch?v=7OSZs7NLFnc
A Grahm’s foi uma das primeiras empresas do Porto a investir em seus próprios vinhedos, na região portuguesa do Vale do Douro desde 1890. Apesar das modernizações empregadas nas vinícolas, a Graham’s permanece fiel as suas tradicionais técnicas, contribuindo para a elevada qualidade dos seus vinhos.
A Graham’s possui cinco vinhas cultivadas em algumas das melhores áreas vinícolas do Douro, cada uma com a classificação de grau máxima “A”.
Seu Vintage 2000 foi o melhor da safra, segundo a Wine Spectator e foi indicado para a lista dos “100 Melhores Vinhos” da revista, com 98 pontos. Já seu Porto 10 Anos é o melhor dentre todos, segundo a Wine Spectator (92 pontos) e a Decanter (5 estrelas).
Quando estive no Porto em 2018, fui visitar a Grahm’s, que produz excelentes portos e tem um belo prédio, com um restaurante espetacular, com vistas para o rio Douro e o Porto.
O prédio fica em Vila Nova de Gaia, no topo do morro. Fui até lá de taxi, pois a subida não é fácil.
Fui recebido junto a um grupo para fazer a visita, que por sua vez, começou pelo depósito, onde o vinho descansava em inúmeros tonéis.
Tudo lá é feito da maneira mais natural possível, inclusive há um enorme tanque d’água responsável por manter a umidade do local.
Passeamos também pelo museu, que contava a história da vinícola, expondo recortes de várias publicações, que falavam dos prêmios recebidos.
Estivemos na loja da vinícola, onde estão algumas garrafas especiais, com preços elevados, que devem levar ao delírio, muitos enófilos.
Fomos então convidados para fazer uma degustação, numa sala VIP, com poucas mesas e decoração sóbria.
A degustação foi iniciada com o Reserva Porto Six Grapes, que é um Ruby Reserva, elaborado a partir de uvas provenientes do mesmo vinhedo que dá origem ao Vintage (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz). Ele lembra um Vintage, mas sua maturação por 3 a 4 anos em cascos de carvalho, em vez de garrafa, confere maior maciez ao vinho e o deixa pronto mais cedo.
Vintage 2005 Quinta dos Malvedos é proveniente de uma vinha que produz Vintage. Ele apresenta uma fragrância de frutas frescas e notas de eucalipto e hortelã. É um vinho musculoso, bom para beber de imediato, mas que deve melhorar com a guarda.
Tawny 10 anos é um vinho complexo e elegante, compotas de frutas. Ele estava macio na boca e com boa persistência.
Tawny 20 anos tem uma cor mais clara e estava muito macio com um bouquet de nozes e um longo final.
Como havia comentado com a recepcionista que estávamos fazendo 27 anos de casados, ela nos presenteou com um Tawny 30 anos, que estava divino.
Para as pessoas que querem provar outros vinhos da Grahm’s, existe um cardápio com o preço de cada tipo de degustação oferecida.
Terminada a prova espetacular, passamos para conhecer o restaurante e voltamos para o Porto.
A vista deste restaurante de noite fica mais bonita.
Agradeço à Grahms pela recepção e à Mistral por ter tornado possível viver esta experiência espetacular.
A Grahm’s foi uma das primeiras empresas do Porto a investir em seus próprios vinhedos, na região portuguesa do Vale do Douro desde 1890. Apesar das modernizações empregadas nas vinícolas, a Graham’s permanece fiel as suas tradicionais técnicas, contribuindo para a elevada qualidade dos seus vinhos.
A Graham’s possui cinco vinhas cultivadas em algumas das melhores áreas vinícolas do Douro, cada uma com a classificação de grau máxima “A”.
Seu Vintage 2000 foi o melhor da safra, segundo a Wine Spectator e foi indicado para a lista dos “100 Melhores Vinhos” da revista, com 98 pontos. Já seu Porto 10 Anos é o melhor dentre todos, segundo a Wine Spectator (92 pontos) e a Decanter (5 estrelas).
Quando estive no Porto em 2018, fui visitar a Grahm’s, que produz excelentes portos e tem um belo prédio, com um restaurante espetacular, com vistas para o rio Douro e o Porto.
O prédio fica em Vila Nova de Gaia, no topo do morro. Fui até lá de taxi, pois a subida não é fácil.
Fui recebido junto a um grupo para fazer a visita, que por sua vez, começou pelo depósito, onde o vinho descansava em inúmeros tonéis.
Tudo lá é feito da maneira mais natural possível, inclusive há um enorme tanque d’água responsável por manter a umidade do local.
Passeamos também pelo museu, que contava a história da vinícola, expondo recortes de várias publicações, que falavam dos prêmios recebidos.
Estivemos na loja da vinícola, onde estão algumas garrafas especiais, com preços elevados, que devem levar ao delírio, muitos enófilos.
Fomos então convidados para fazer uma degustação, numa sala VIP, com poucas mesas e decoração sóbria.
A degustação foi iniciada com o Reserva Porto Six Grapes, que é um Ruby Reserva, elaborado a partir de uvas provenientes do mesmo vinhedo que dá origem ao Vintage (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz). Ele lembra um Vintage, mas sua maturação por 3 a 4 anos em cascos de carvalho, em vez de garrafa, confere maior maciez ao vinho e o deixa pronto mais cedo.
Vintage 2005 Quinta dos Malvedos é proveniente de uma vinha que produz Vintage. Ele apresenta uma fragrância de frutas frescas e notas de eucalipto e hortelã. É um vinho musculoso, bom para beber de imediato, mas que deve melhorar com a guarda.
Tawny 10 anos é um vinho complexo e elegante, compotas de frutas. Ele estava macio na boca e com boa persistência.
Tawny 20 anos tem uma cor mais clara e estava muito macio com um bouquet de nozes e um longo final.
Como havia comentado com a recepcionista que estávamos fazendo 27 anos de casados, ela nos presenteou com um Tawny 30 anos, que estava divino.
Para as pessoas que querem provar outros vinhos da Grahm’s, existe um cardápio com o preço de cada tipo de degustação oferecida.
Terminada a prova espetacular, passamos para conhecer o restaurante e voltamos para o Porto.
A vista deste restaurante de noite fica mais bonita.
Agradeço à Grahms pela recepção e à Mistral por ter tornado possível viver esta experiência espetacular.
segunda-feira, 18 de março de 2019
Viseu, capital da região vinícola do Dão.
Voltei à cidade de Viseu em 2018, para visitar meu amigo Pedro Figueiredo e sua excelente vinícola, na região do Dão.
Viseu fica na região das Beiras e é a segunda cidade da região central de Portugal, depois de Coimbra.
A cidade tem um traçado moderno que contrasta com seu centro, com ruas estreitas e prédios antigos, de blocos de pedra.
Ficamos hospedados na Pousada de Viseu (https://www.pousadas.pt/en/hotel/pousada-viseu), do grupo Pestana. A estadia ficou em R$ 378,20, com um excelente café da manhã incluído.
Como nos demais hotéis da Rede Pestana, este também foi um excelente hotel, com serviço primoroso e um prédio magnífico.
Viseu é a 17.ª cidade europeia no que diz respeito a qualidade de vida, sendo ainda a primeira das s capitais portuguesas, com melhor qualidade de vida.
A região é cercada por um conjunto de serras, inclusive a da Estrela, onde é produzido um dos melhores e mais famosos queijos de Portugal.
Viseu possuía uma muralha, para protegê-la de invasões, inclusive espanholas. Das suas 7 portas, restam hoje em dia apenas 2.
No centro existe a catedral da Sé, construída no século XII e que sofreu várias alterações. Este monumento tem vários estilos, como o românico, gótico e barroco.
Outra igreja central é a da Misericórdia, construída no século XVI, em estilo barroco.
Quando cheguei a Viseu, estava tendo a festa da vindima, para a qual Pedro me convidou para participar.
A festa teve uma banda de música e um pessoal fantasiado, como por exemplo "o senhor vinho," que ficava dentro de uma barrica e tinha bigodes. Havia também uma bailarina e um homem de perna de pau, todos eles trazendo as autoridades para o centro da festa.
Os produtores de vinho usavam uma pesada capa preta e chapéu de feltro com uma fita Bordô, tradicional da região. A roupa típica, no entanto, devia estar bem quente no fim daquela tarde de calor.
A festa também contava com barracas que ofereciam iguarias da região e vinhos dos seus produtores. Nesta festa comprei um cartão que dava direito à prova de 6 vinhos.
Conheci nesta ocasião, a simpática irmã de Pedro, Claudia e revi seu gentil pai, o Sr Carlos também vestido à caráter. Aproveitei para conversar e provar seus vinhos.
Fazia parte dos festejos, na praça principal, a participação de chefes gastronômicos da região, servindo deliciosos pratos.
No dia seguinte, fui à Quinta da Falorca, que infelizmente não estava ainda em vindima, porém, como sempre, fui muito bem recebido pela família de Pedro.
Depois desta agradável e rápida estada, segui para a Espanha e a cidade de Salamanca.
Viseu fica na região das Beiras e é a segunda cidade da região central de Portugal, depois de Coimbra.
A cidade tem um traçado moderno que contrasta com seu centro, com ruas estreitas e prédios antigos, de blocos de pedra.
Ficamos hospedados na Pousada de Viseu (https://www.pousadas.pt/en/hotel/pousada-viseu), do grupo Pestana. A estadia ficou em R$ 378,20, com um excelente café da manhã incluído.
Como nos demais hotéis da Rede Pestana, este também foi um excelente hotel, com serviço primoroso e um prédio magnífico.
Viseu é a 17.ª cidade europeia no que diz respeito a qualidade de vida, sendo ainda a primeira das s capitais portuguesas, com melhor qualidade de vida.
A região é cercada por um conjunto de serras, inclusive a da Estrela, onde é produzido um dos melhores e mais famosos queijos de Portugal.
Viseu possuía uma muralha, para protegê-la de invasões, inclusive espanholas. Das suas 7 portas, restam hoje em dia apenas 2.
No centro existe a catedral da Sé, construída no século XII e que sofreu várias alterações. Este monumento tem vários estilos, como o românico, gótico e barroco.
Outra igreja central é a da Misericórdia, construída no século XVI, em estilo barroco.
Quando cheguei a Viseu, estava tendo a festa da vindima, para a qual Pedro me convidou para participar.
A festa teve uma banda de música e um pessoal fantasiado, como por exemplo "o senhor vinho," que ficava dentro de uma barrica e tinha bigodes. Havia também uma bailarina e um homem de perna de pau, todos eles trazendo as autoridades para o centro da festa.
Os produtores de vinho usavam uma pesada capa preta e chapéu de feltro com uma fita Bordô, tradicional da região. A roupa típica, no entanto, devia estar bem quente no fim daquela tarde de calor.
A festa também contava com barracas que ofereciam iguarias da região e vinhos dos seus produtores. Nesta festa comprei um cartão que dava direito à prova de 6 vinhos.
Conheci nesta ocasião, a simpática irmã de Pedro, Claudia e revi seu gentil pai, o Sr Carlos também vestido à caráter. Aproveitei para conversar e provar seus vinhos.
Fazia parte dos festejos, na praça principal, a participação de chefes gastronômicos da região, servindo deliciosos pratos.
No dia seguinte, fui à Quinta da Falorca, que infelizmente não estava ainda em vindima, porém, como sempre, fui muito bem recebido pela família de Pedro.
Depois desta agradável e rápida estada, segui para a Espanha e a cidade de Salamanca.
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