quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Norcia - Umbria - Italia

Como dizem que o vinho deve ser tomado com a comida do mesmo local, decidimos ir à Norcia, para apreciar os embutidos junto com os vinhos encorpados da Itália.

De Spoleto pegamos um túnel que vai para o vale de Valnerina, a fim de conhecer a cidade de Norcia, uma indicação de meu amigo Edu.
Norcia serviu de inspiração para a absurda comédia dirigida por Mario Monicelli: “O incrível exército de Brancaleone de Norcia”, estrelado por Vittorio Gassman.

Neste filme, Brancaleone é um cavaleiro medieval decadente. Seu grupo de seguidores é formado por maltrapilhos e esfomeados, e vagam pela Umbria a fim de conquistarem ricas cidades.
Brancaleone é um tipo de Don Quixote italiano, que pensa ser um nobre poderoso.

Famosa pelos embutidos, Norcia é um festival de presuntos, inclusive de javali, e salumis (salames) das mais estranhas aparências e variedades.  Vem daí, produtos deste tipo, serem chamados de norcineria.
Norcia é conhecida pela caça do javali selvagem. Lá pudemos ver várias fotos de javalis abatidos e seus caçadores.

Um levantamento recente mostrou que existem 300.000 javalis e 150.000 caprinos selvagens na Toscana e Úmbria, representando portanto um perigo para os motoristas e produtores de vinho, que deparam repentinamente com a fera.

Cabeças e pernas defumadas de javalis selvagens ficam penduradas nas entradas das lojas, atiçando o paladar dos turistas.

Na praça central nos deparamos com um padre franciscano falando no celular, um típico sinal da modernidade.

A cidade é cercada por muralhas e conta com ruinas romanas do primeiro século.

Sua basílica, ligada ao seu monastério, é dedicada a São Benedito, e tem uma fachada no estilo gótico.
Norcia tem um forte no centro da cidade, que servia de residência dos governadores e dos papas. Hoje em dia este forte é um museu de artefatos medievais e de documentos da idade média.

Fomos ao restaurante para provar a Norcineria local. Pedi um vinho Chianti Clássico da vinícola Banfi, que estava muito ácido e com taninos agressivos.

Passeamos um pouco mais pela cidade, onde compramos salames e presunto de javali, além de trufas negras e um queijo pecorino.
No caminho de volta para Spoleto, subimos à cidadezinha de Vallo di Nera, uma típica vila medieval preservada com capricho.

As ruas de Vallo di Nera são estreitas e sinuosas e nos levam ao castelo, que por sinal, revela o passado militar da cidade. Vimos também suas bicas d’ água que indicam a natureza comunitária de seu povo.

A cidade, naquele dia, parecia deserta, com poucas pessoas em sua entrada, um local para se retirar do agito do mundo.

Voltamos a Monteluco para saborear um jantar feito pelo Massimo, anfitrião e dono de nosso albergue.

Um comentário:

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