Conheci o vinho da Casa Brancaia, no evento Grand Tasting de 2011, promovido pela importadora Grand Cru.
Nesta ocasião provei uma vertical de cinco safras do Brancaia Blu, muito bom, o que me animou a conhecer sua produção.
Conversando com a responsável pelo stand, Lucia Borri, falei que iria para a Toscana e que gostaria de visitar a propriedade.
Muito gentil, a sra. Lucia então me deu o cartão, e através de seu email marquei uma visita.
Partindo de Firenze, fui para a região do Chianti Clássico, à procura da vinícola, que ficava próxima à cidade de Castelina in Chianti. Existe também uma outra propriedade próxima à vila medieval de Rada in Chianti, na província de Siena.
Achar a propriedade ao lado de Castelina, não foi fácil, pois, para chegar lá, utilizamos uma estrada de terra, sem nenhuma indicação.
De qualquer forma, valeu o esforço pois fomos muito bem recebidos pela bela e simpática proprietária, de origem austríaca, Barbara Kronenberg-Widmer.
Ela nos contou que seus pais tinham comprado aquelas terras em 1981, com o objetivo de ter um local para passar as férias no campo, onde nem água havia.
Partindo do zero, ela edificou uma propriedade moderna, onde produz seu excelente chianti clássico e supertoscano.
Seus vinhos tiveram uma expressiva aceitação, quando em 1986, ganharam o prêmio do melhor vinho da região Chianti Clássico.
Desde então, a produção se comprometera com a dedicação à qualidade e uma forte identidade, chegando ao Brancaia Blu, um clássico de muitos amantes do vinho pelo mundo.
Iniciamos o passeio onde pudemos ver os vasos de aço inoxidável para a fermentação de uvas, com controle de temperatura.
O prédio da vinícola tem três andares, de forma que utiliza a gravidade, no processo de transporte do material, para a produção do vinho. Isto é feito de forma natural, ao invés de uilizar bombas, poupando stress a seus produtos.
Passamos para o local onde ficam os tonéis de carvalho francês. O curioso é que este local tem o teto pintado de um vermelho forte, um toque intenso feminino.
Pudemos ver as plantações de uvas e de oliveiras. As plantações são feitas através de métodos biodinâmicos.
As oliveiras produzem matéria prima para o azeite extra virgem, que é um processo terceirizado de prensagem a frio.
Aproveitando o resíduo da uva prensada, a propriedade o envia a uma destilaria onde é produzida a grappa, que fica envelhecendo por 12 meses em barrica.
Iniciamos a degustação pelo vinho Brancaia Tre, IGT Rosso Toscana 2009.
O Tre é um vinho feito para ser bebido de imediato. O seu nome vem do fato de ser feito com três uvas: 80% Sangiovese, 10% Merlot e 10% Cabernet Sauvignon. É um vinho elegante, bem estruturado, que fica 12 meses em toneis, sendo que de 50% dos tonéis são novos. Pelo fato de ser um vinho leve, combina bem com massas, carnes assadas, frango e peixe. É um vinho agradável e bem equilibrado.
O segundo vinho foi o Brancaia Chianti Clássico DOGC 2008.
O Chianti foi associado à garrafa de fundo redondo, coberto por uma cesta de palha, denominado fiasco.
Muitos rótulos de Chiantis podem conter uma figura do galo nero (galo preto) no gargalo, para mostrar que o produtor é associado ao consórcio do galo nero.
O vinho é feito com 80% de uva Sangiovese (exigência legal para ser um Chiante Clássico DOGC) e 20% de Merlot. É produzido com as melhores uvas Sangiovese da propriedade. É envelhecido por 16 meses em barricas, sendo 50% barricas novas também. Combina com carnes vermelhas grelhadas, risoto de porco e vitela, peixe grelhado e massas com molho elaborado. É um vinho mais estruturado e intenso.
Partimos em seguida para o Brancaia il Blue, IGT Rosso Toscana 2007.
Este vinho é feito com as uvas: Sangiovese 50%, Merlot 45% e 5% Cabernet Sauvignon. Esse é o produto Top da Casa Brancaia. É intenso, complexo e elegante, um verdadeiro clássico. Ele passa 20 meses em barrica, sendo 2/3 das barricas novas. Este vinho pode ser tomado sozinho, ou acompanhando pratos com marcado sabor, como carne de boi, caça ou risotos. É realmente um vinho de tomar de joelhos.
O quarto vinho foi o Ilatraia, IGT Rosso Marema Toscana 2007.
Este é o primeiro vinho produzido em Marema, que fica a 100km desta propriedade, onde o clima é completamente diferente (o inverno é muito mais suave e o verão mais quente e seco). É composto pela uvas: Cabernet Sauvignon 60%, Sangiovese 30% e Petit Verdot 10%. Ele é envelhecido por 18 meses em 50% de barricas novas. Combina com carnes com sabor intenso, tostadas ou assadas como as aves: pombo ou faisão. É um vinho bem interessante.
Finalmente provamos a Grappa, que era muito boa, inclusive como digestivo, após uma refeição acompanhada destes excelentes vinhos.
Partimos em seguida para a vinícola de Donatella, onde nos hospedamos.
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