segunda-feira, 28 de maio de 2012

O restaurante Mello & Mellão - São Paulo

Impossibilitados de sairmos com nossa querida amiga Luciana, fomos ao restaurante do irmão dela, almoçar. Mello & Mellão Tratoria (www.mellomellao.com.br)

Inspirado no Grande Fellini, o restaurante respira o ambiente criativo do cineasta italiano, com suas paredes repletas de esboços e escritos do mestre. Mulheres opulentas, leões, nus e tantas outras imagens tiradas do livro de sketchs do cineasta; the Book of Dreams. Ele desenhava, escrevia e rodava filmes com uma maestria ímpar!

Cinecittà?
Não, Trattoria do Mellão!
Como ele mesmo propõe, a casa pretende reunir a arte do cinema, da música e da gastronomia, e faz isto muito bem!

O chef gentilmente veio à nossa mesa e nos ofereceu uma generosa porção de embutidos: salame, speck, prosciutto crudo, além do couvert com abobrinhas e berinjelas bem gostosas!

Como prato principal, pedimos um Linguado com uva Itália e amêndoas (delicioso) e risoto de taleggio (também bem saboroso e al dente).

Bem se vê que o chef entende da cultura gastronômica italiana! A comida estava divina! E sua sugestão de pratos transita entre a culinária mais tradicional e a mais contemporânea.

Com estes pratos, pedimos o vinho uruguaio Cepas Nobles, da uva Sauvignon Blanc, produzido pela família Carral, e importado pela Zahil (http://www.vinhoszahil.com.br), por R$37,00. O vinho, apesar de simples, estava muito agradável, bastante fresco, sem agressividade, com o característico aroma herbáceo conferido a ele pela variedade da uva, além de aromas de maçã verde e goiaba.

O restaurante fica na rua Pais de Araujo ,184, no Itaim Bibi, em São Paulo (cep: 05431090, telefone 3078-0812).
Aprecio a comida do Mellão há muito tempo. Conheci seus pratos, quando ele tinha um restaurante chamado Mellão Cucina del Autore. Lá, cada dia o Chef ia ao mercado, ver o que havia de melhor e apresentava algumas alternativas de prato aos clientes. Foi nesta ocasião que comecei a apreciar o vinho Sassoarolo, produzido por Jacopo Biondi Santo (o mesmo produtor do Brunello, na Toscana). Este vinho foi sugerido pelo seu enólogo, da época, um rapaz novo, mas com bom conhecimento.
Posteriormente fui à sua pizzaria, I Viteloni, onde provei pela primeira vez pizzas com rúcula, abobrinhas e outras criações do chef, copiadas posteriormente em outras casas.

Também acompanhamos sua trajetória nos restaurantes: Tambor e Salvatore.
Mellão, aos 16 anos de idade, queria fazer medicina e quando percebeu que não tinha entrado no vestibular, resolveu viajar para a Itália. Lá ficou por 2 anos e encontrou o seu caminho de cozinheiro.
Hoje ele honra este cargo em sua Trattoria Mello Mellão.
Ainda volto lá, para numa próxima ocasião, provar o Brasato ao Cabernet com ameixas.
Eu recomendo!

domingo, 27 de maio de 2012

Courmayeur

À partir da França, partimos para a Itália, em direção à cidade de Courmayeur, com sua linda arquitetura de antigas casas de pedra com telhado de ardósia. Courmayeur fica na região do Vale da Aosta, no noroeste da Itália.

A principal cidade do vale é Aosta que é o melhor exemplo de posto avançado romano, construído por legiões, da forma mais rápida e barata possível.

A cidade de Courmayeur, por sua vez, é um importante centro de esportes de inverno (http://www.youtube.com/watch?v=ZEgtBAnFfJY). Ela fica perto do topo do Mont Blanc, chamado na Itália de Monte Bianco, a maior montanha dos Alpes, com 3.100m de altitude.

Antes de atravessarmos para o lado italiano, passamos pela cidade de Chamonix, uma elegante cidade francesa de esportes de inverno.

Em Chamonix pudemos ver as pistas de esqui, já com um pouco de neve, anunciando uma longa temporada.

Cruzamos o congestionado túnel sob o Mont Blanc, construído entre 1957 e 1965. Ele tem 11,6 Km de extensão e é a principal rota trans-Alpina.

Descobrimos que existe um caminho para se atingir o Monte Bianco, à partir da cidade de Courmayeur. Deve-se pegar uma rota de 4 km ao norte de La Palud. De lá, a “Funivia” leva uma hora e meia para cobrir os três estágios até Chamonix.

Em Courmayeur ficamos hospedados no magnífico Romantik Hotel Villa Novecento, que custou €135,00, com um delicioso café da manhã incluído (http://www.chotels.it/it/villa_novecento/index.php).

O hotel era tão imponente, que parecia que estávamos numa centro de caça luxuoso da Inglaterra.

Passeamos pelo centro desta pequena cidade, que tem um comércio sofisticado e caro, principalmente de roupas para enfrentar o frio das neves, além de equipamentos para esportes de inverno.

Na praça principal vimos um monumento de um cachorro que conseguiu salvar seu dono da neve, morrendo em seguida.

Por Courmayeur ficar próxima da França, ali a língua falada é um misto entre o Francês e o Italiano.

Descobri através do cartaz de uma loja, que existe um hábito na região, o de assistir uma luta entre touros, que, conforme a lojista, acaba antes que eles se machuquem.

Jantamos divinamente no próprio hotel: um ravióli di coda e um carre d’agneau, acompanhados do delicioso vinho Gigante, produzido no Vale D’Aosta. Ele é feito com a uva Cabernet Sauvignon.

No mês de outubro, quando lá estivemos, não havia neve ainda, pois nesse ano fez muito calor na Itália.
Dica de viagem pela Europa:

Por problemas de saúde, tivemos que tomar uma injeção ali e descobrimos que os farmacêuticos são proibidos de ministrar injeções. Eu mesmo tive que aprender como fazer isso com o médico e acabei exercitando minha função de enfermeiro.

Descobri também que as freiras, presentes em praticamente qualquer lugar da Itália, também fazem o trabalho de aplicar injeções.

No dia seguinte já recuperados seguimos para Bellagio, que fica no lago de Como, passando pelo vale d’Aosta, com seus inúmeros castelos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Expovinis 2012


Fui convidado a participara do evento Expovinis 2012, na Exponor. (http://www.exponor.com.br/expovinis/).

Este evento, que ocorre todos os anos, se deu em São Paulo, no dia 24/04 para a imprensa e convidados e, para o público, nos dias 25 e 26/04.

O próximo encontro está previsto para 23 a 25/4 de 2013.

O evento contou com mais de 400 expositores, entre produtores e importadores de vinhos.


Compareceram no evento 19 mil visitantes, sendo abertas 60 mil garrafas de vinho de 5 mil rótulos diferentes.

Todos os anos, um grupo de experts em vinhos elege os Top 10 vinhos do evento. Neste ano foram escolhidos:



1) Vinho rose: o francês Château de Pourcieux Côtes de Provence 2011, do produtor Château de Pourcieux, importado pela Cantu. (http://www.cantu.com.br/novomix/catalogo_cantu_site.pdf).

2) Tinto do novo mundo: The Bernard Series Small Barrel S.m.v. 2009, Da África do Sul, sem importador.

3) Tinto nacional: Testardi Syrah 2010, produzido pela Miolo.

4) Tinto do novo mundo: Casa de Santa Vitória Touriga Nacional 2008, do Alentejo, Portugal, importado pela Vila Arouca.

5) Espumante nacional: Quinta Don Bonifácio Habitat Brut, produzido por Quinta Don Bonifácio, na serra gaúcha. (http://www.quintadonbonifacio.com.br/inicial.php)

6) Espumante do velho mundo: Lanson Brut Rosé, da região de Champagne, importado por: Barrinhas (http://www.barrinhas.com.br/site/).

7) Branco do velho mundo: Trimbach Riesling Cuvée Frederic Émile, da região da Alsácia, importado por Zahil, por R$345,00.

8) Branco do novo mundo: O chileno Undurraga T.H. Sauvignon Blanc 2011, na região de San Antonio, importado por Abflug (http://www.abflug.com.br/site/).

9) Branco Nacional: Sanjo Maestrale Integrus 2010, produzida por sanjo, na serra catarinense (http://www.sanjo.com.br/).

10) Doces e fortificados: Medium Rich Single Harvest 1998, produzido por Henriques & Henriques, na ilha da Madeira, importado pela Zahil, por R$166,00.


O evento foi uma festa, onde se podia provar desde azeites, até a maioria de vinhos de todo o mundo.

A importadora Viníssimo cresceu bastante e abriu a maior parte de seus vinhos ao público.

A importadora Zahil adotou uma atitude antipática, disponibilizando apenas os vinhos básicos, mesmo nos horários abertos apenas a profissionais da área.

Grandes importadores como World Wine, Grand Cru e Decanter não participaram do acontecimento, pois fazem os seus próprios eventos.

A Itália, França e Portugal compareceram com vários produtores que estavam à busca de importadores no Brasil.

O evento, que é o maior da América latina, foi um sucesso em todos os aspectos.
Servindo o Jerez
Acho que os interessados em vinho devem se programar para o próximo ano, para entrar em contato com o mundo do vinho.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Annecy - França - Alpes


Annecy é uma cidade dos alpes franceses, capital do departamento de Alta Saboia. Fica à beira de um lago do mesmo nome, de águas transparentes, cheia de canais charmosos, sendo frequentemente chamada da Veneza dos Alpes.

A história conta que existem vestígios de vilas encontradas em rios próximos à região, datadas do período Neolítico.

O primeiro povoado ali, foi criado pelos Romanos no século I AC, chamando-se Boutae.

No século XII, uma casa fortificada foi construída numa ilha, às margens do rio Thiou, denominada hoje de Palais I’lle, ou velha prisão.
Com o avanço do calvinismo, em 1535, a cidade de Annecy tornou-se um centro da reforma católica e sede episcopal de Genebra.

Durante a revolução francesa, a região foi conquistada pela França, e anexada ao departamento de Mont Blanc.

A cidade é famosa pela produção do queijo Rebrouchon, com o qual é feita a Tartelette, uma torta que, quando ali estivemos, não pudemos deixar de apreciar.

A viagem de Moustier Saint Mari à Annecy foi verdadeira uma aventura, não recomendada. Fizemos um trajeto difícil, que passava por fazendas, impossível sem o GPS.
Ficamos no razoável Hotel International da rede Best Western (http://www.bestwestern-hotelinternational.com/), que custou €70,00, a diária.

A cidade De Annecy é muito colorida e cheia de turistas e estudantes que animam sua vida sofisticada.
Fomos jantar no restaurante Le Freti (http://lefreti.com/), onde comemos um fondue à moda Savoiage, de queijo dentro de um pão tipo italiano, sem miolo. Maravilhoso! Depois de apreciar o fondue, raspei os contornos internos do pão, impregnados com o queijo.

Harmonizamos o prato com o vinho Domaine Richeaume 2008, Cuvée Tradicion, produzido com métodos Biodinâmicos.

A produtora deste vinho fica na região próxima ao monte Sainte-Victoire, na Provence, perto da cidade de Aix-An-Provence. Este monte serviu de inspiração à Paul Cézanne, que o retratou em suas pinturas.

O vinho é produzido com partes iguais das uvas: Cabernet Sauvignon e Shiraz. Sua cor é um Bordeaux profundo. Tem boa estrutura e amplitude. Ele se distingue pelas frutas vermelhas e especiarias. É um vinho que combina bem com queijos, como foi o nosso caso do fondue.
Esta vinícola é de propriedade de alemães. O filho destes alemães que a administra atualmente, estudou enologia na Califórnia e na Austrália.

O restaurante servia também uma raclette muito interessante. O queijo era colocado inclinado em um suporte de metal, perto de um aquecedor inclinado, para derretê-lo. Depois este queijo já derretido era raspado com uma faca. A partir daí, a iguaria era misturada a uma série de acompanhamentos, como presunto cru, por exemplo.

A cidade tem um aspecto medieval, com os muros feitos de pedra e com o Château d’Annecy no alto do quarteirão histórico. O castelo se tornou um museu com várias coleções: arte regional, com objetos religiosos e objetos da vida cotidiana, além de pinturas e maquetes da sua construção e arte contemporânea. Lá em Annecy também existe um observatório.

A ponte dos amores é o local mais fotografado da cidade, inclusive  é uma ponte usada para fotos de casamentos, o que faz dela, uma passagem inevitável para os turistas. Dela se tem uma bela vista do lago, da ilha dos cisnes, das antigas árvores à sua volta. É um símbolo da cidade.

A região em volta do lago tem vários jardins, de onde se avista o topo nevado das montanhas. É uma visão indescritível.

A bela Basílica da Visitação de Annecy, que fica na montanha Semnoz, é um ponto fácil de ser visto, por sua posição destacada.

O parque em volta do lago, que é uma esplanada de sete acres, é muito bonito, servindo de conexão entre a ponte dos amores, o Jardim da Europa e o Palácio Imperial. Seu limite é a velha cidade. É o local mais frequentado pela população local.

O Palácio Imperial é um prédio de luxo que teve uma existência turbulenta. Foi construído pouco antes da primeira grande guerra e tornou-se um hotel de luxo do lago, recebendo pessoas de destaque como: Charlie Chaplin e Edit Piaf.

O filósofo Jean-Jacques Rousseau, que nasceu em Genebra, morou na cidade, pois, apreciava a vida junto à natureza.
Ao redor do lago temos uma longa calçada, onde se pode passear e os esportistas podem praticar corridas.
Pode-se fazer também um passeio de barco pelo lago, com vista para o imponente castelo de Ruphy à Duingt, que fica numa ponta do lago. Durante a revolução francesa, ele serviu de refúgio aos restos e relíquias de santos.

As lojas da parte antiga de Annecy são muito charmosas e requintadas.

Passei por uma loja de cerveja, onde pude satisfazer minha curiosidade, comprando a famosa cerveja “Deus”, que aqui no Brasil custa mais de R$200,00 e lá €18,00, o que também não é barato para uma cerveja.

Os canais da cidade são muito limpos e ladeados por passarelas e prédios antigos, proporcionando ao turista um passeio muito agradável.

De Annecy partimos para o Mont Blanc, em direção à Itália e à cidade de Courmayeur.

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