Partimos de Évora para a cidade de
Salamanca, que fica na Espanha, na comunidade de Castela e Leon. Fica no
sudoeste da Espanha, fazendo divisa com a região de Extremadura, em Portugal.
Salamanca está na região vinícola de de
Ribeira del Duero, que é uma das 11 DO (Denominação de Origem) ”vinícolas de
qualidade” da Espanha.
Nesta época, tinha pouco conhecimento de
vinhos, perdendo a oportunidade de visitar a região onde são produzidos os vinhos mais elegantes da
Espanha, inclusive o famoso Vega Sicilia. Este vinho tem uma característica
mais Bordalesa, pois utiliza as cepas: Merlot, Cabernet Sauvignon e Malbec.
As mais famosas vinícolas da região ficam
ao redor de Peñafel e Roa del Duero, onde fica o Conselho Regulador da
denominação (DO).
Como no resto da Espanha, a cepa mais
utilizada é a Tempranillo.
O vinho é produzido na região a milhares de
anos, mas a viticultura chegou à região, com os monges Beneditinos de Cluny, da
Borgonha, no século XII.
O bodega do vinho Vega Sicilia foi fundado
em 1864, tornando-se mais conhecido a partir de 1970.
Até 1970, a maioria dos vinhos era roses,
produzidos com a cepa Garnacha.
A região melhorou quando foi fundada a
bodega Pequera, que começou a fazer vinhos tintos de Tempranillo em um estilo
mais concentrado e encorpado que o resto da maioria da Rioja (a única
exportadora de vinho tinto na época).
As denominações de vinho da região são
assim classificadas:
Crianza: deve ter 2 anos de idade, com 12
meses em carvalho,
Reserva: deve ter 3 anos de idade, com 12
meses em carvalho,
Gran Reserva: deve ter 5 anos de idade, com
24 meses em carvalho.
Voltado a falar de Salamanca, ela é uma das
cidades da Espanha com mais monumentos da Idade Média , do renascentismo e das
épocas clássicas e barroca.
Salamanca conta com duas importantes
universidades: Universidade de Salamanca (pública) e Universidade Católica. O
movimento estudantil é grande, animando a cidade.
Acredita-se que no tempo dos mouros havia
na cidade uma escola de magia, onde o diabo ensinava magia negra aos estudantes.
A região é famosa pelo seu presunto cru,
que é produzido na vila de Guijuelo, que fica ao sul da cidade. Os porcos
pretos são criados na região (em Portugal também existem), sendo alimentados
com cevada e milho logo após o desmame. São levados então aos bosques de
Carvalho e pastagens, onde se alimentam do capim, ervas e bolotas (frutos do
carvalho) e raízes. Próximo ao tempo de abate eles podem ser alimentados
estritamente de azeitona e bolota, para melhorar sua qualidade.
O presunto é salgado e deixados secar ,
durante semanas, sendo então enxaguados e deixados secar por mais quatro a seis
semanas. O processo de cura leva então de 12 a 48 meses.
Lá eu aprendi que existem três tipos de
presunto de porco preto:
O melhor e mais caro deles, o Ibérico de
bellota, são feitos de porcos, que pastam nos bosques de carvalho e são
alimentados apenas de bellota na época próxima ao abate e ficam curando por 36
meses.
O Ibérico Recebo, onde os porcos são de
pasto e alimentados com uma combinação de cereais e bellotas.
O Ibérico de Cebo, ou simplesmente Ibérico,
quando os porcos são alimentados com grãos apenas, sendo curados por 24 meses.
O termo presunto Pata Negra pode se referir
a qualquer um dos três tipos. O termo se refere à cor da unha do porco, que no
caso do porco tradicional é branca.
Existe ainda o Jamon Serrano, que é feito
de porco branco, e que não deve ser confundido com os muito mais caros
Ibéricos.
Como informação, o presunto italiano, por
sua vez, passa por um processo de defumação, ao invés de salga, resultando num
produto muito do Espanhol.
Falando agora de nossa visita à Salamanca,
ficamos impressionado pela alegria e beleza da cidade.
Visitamos a nova catedral, que conta com
colunas com astronautas encravados, que foram adicionados em 1992, durante a
sua restauração.
Em Salamanca tivemos a infeliz experiência
de turista. Comemos uma paeja ruim, na Praça Maior, em um restaurante
turístico, o que confirmou que em qualquer lugar do mundo, estes tipos de
restaurante conseguem estragar uma boa comida.
Descobrimos na Catedral de Salamanca interessantes esculturas, com figuras diferentes, incluindo até astronautas.
Procuramos posteriormente um restaurante
que servia Sépias (tipo de molusco de tamanho médio), bem indicado por um amigo
espanhol, que estava divino, mudando a imagem dos restaurantes locais.
Depois de passear pela cidade fomos para
Segóvia, que fica na mesma região.
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