terça-feira, 27 de novembro de 2012

O vinho do Porto


O vinho do porto é feito por diversas castas autóctones (natural da região).

Hoje em dia, são recomendadas apenas as seguintes castas:

Para os vinhos tintos:
Aragones (Tinta Roriz), Tinta Barroca, Tinta Francisca, Tinta Cão, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira (Tinta Amarela).

Para os brancos:
Arinto (Pedernã), Cercial, Donzelinho Branco, Gouveio, Malvasia Fina, Moscatel Galego Branco, Rabigato, Semillon, Sercial (Esgana cão), Síria, (Roupeiro), Verdelho, Viosinho e Vital.

O Douro é dividido em 3 regiões, definidas pelo rio Corgo:

Baixo Corgo, onde o ar é mais úmido e fresco, pois recebe influência atlântica. Além disso a pluviosidade ali é mais elevada e ajuda a fertilizar o solo e a aumentar a produção. Hoje em dia esta área é utilizada para a produção vinhos de mesa.

Cima Corgo, onde o clima é mediterrâneo, mais propício para produção do vinho do Porto. Nesta região, na zona do Pinhão, os bagos de uvas atingem maiores concentrações de suco, fazendo com que esta área seja considerada perfeita para os vinhos Vintages.

Douro Superior, que chega a ser quase desértico, com temperaturas chegando aos 50˚.

Os vinhos brancos, os espumantes e o moscatel provem das regiões mais altas do cima Corgo e Douro Superior.

O melhor vinho do Porto é produzido com as parreiras que ficam em regiões mais áridas, que são as mais próximas ao rio. Os vinhos de mesa, por sua vez vem de parreiras plantadas acima, onde as encostas são mais frias.

O vinho do Porto pode ser tinto ou branco e é classificado em:

Tintos:

Ruby, ou jovem, com intensa cor e aroma frutado e vigor nos mais jovens. Podem ainda ser simplesmente divididos em Ruby e Ruby Reserva, este último com maior qualidade. O Reserva é resultante de lotes mais jovens de vinho, com cor intensa, frutado, encorpado e adstringente, num nível inferior dos LBV e Vintages.


Tawny, que pode ser:

Jovem, de 4 a 7 anos de envelhecimento

Tawny de 10, 20, 30 ou 40 anos e reserva.

O Tawny resulta da mistura de vários anos de produção de vinhos, envelhecidos em cascos ou tonéis. O ano resultante, ou seja, que caracteriza o vinho, corresponde a média de idade dos vinhos em tonéis, utilizados. Como exemplo, o de 20 anos pode ser resultante da média de 2 barris: de 10 e 30 anos .

O Tawny datado é de elevada qualidade e sua mistura de várias safras, de vários anos de envelhecimento o torna complexo e pleno de características organolépticas. Ele tem um bouquet de oxidação, de frutos secos, de torrefação e de especiarias, que aparecem em vinhos com mais idade. Na boca, eles são macios e harmoniosos, com aromas persistentes.

Tawny Reserva é resultante do envelhecimento de pelo menos 7 anos em barrica. Este vinho tem na boca, a maciez  característica de vinhos envelhecidos em casco (tonel grande). Ele tem a cor aloirada, aromas de frutas secas e de torrefação em madeira.


Vinhos de uma só colheita: LBV (Late Botlle Vintage), é um vinho de elevada qualidade, proveniente de uma só colheita. Ele é engarrafado entre o quarto e o sexto ano após a colheita.

São vinhos de cor intensa, com características organolépticas de elevada finura. São encorpados, macios e de aromas frutados, revelando sua evolução em madeira. São, em geral, menos adstringentes que os Vintages, mas igualmente harmoniosos, com uma suavidade e elegância marcadas.


Indicação de colheita. São vinhos de elevada qualidade, proveniente de uma única colheita. Envelhece em madeira por um período de no mínimo 7 anos, onde envelhece por oxidação, onde os aromas de frutas frescas evoluem, dando lugar a um bouquet de frutos secos, torrefação, madeira e especiarias.  Podem ser engarrafado logo em seguida. Nos vinhos mais velhos aparecem tons esverdeados.


Vintage, que são vinhos de qualidade excepcional, de uma só colheita e  engarrafados entre o 2˚ e 3˚ ano depois da colheita, apresentando-se retintos e encorpados.

É um vinho de características organolépticas excepcionais, mostrando-se muito encorpado e retinto aos 2 anos (no momento de sua aprovação como vintage, por um grupo de experts), quando engarrafado. Com o envelhecimento em garrafa ele se torna suave e elegante, perdendo sua adstringência inicial.

Com alguns anos em garrafa, os vintage tem aromas de torrefação (chocolate, cacau, café, caixa de charutos....), especiarias (canela e pimenta.....) e, por vezes, aromas frutados.


Os brancos são divididos por envelhecimento e por diferentes graus de doçura, podem ser:

Com relação à doçura: Extra Seco, Branco Seco, Branco, Branco Doce, Branco e Lágrima

Os brancos envelhecidos, ou seja, os Reserva estagiam em madeira por pelo menos 7 anos, apresentando tonalidades douradas e boa complexidades de aromas. É perceptível nos Reserva, o envelhecimento em madeira e seu sabor persistente.



O vinho do Porto deve ser servido levando em conta duas características:  cor e tempo de envelhecimento e para os tintos, além do tempo, é importante ainda a forma de envelhecimento:

Envelhecimento por redução: Vintage e Ruby

Envelhecimento por oxidação: Tawny e Colheita.

Quanto à cor, os vinhos do Porto variam do retinto ao alourado claro. Os vinhos brancos quando são envelhecidos em cascos, durante muitos anos, adquirem uma tonalidade alourada clara semelhante aos vinhos tintos muito velhos.

Quanto à temperatura, os vinhos devem ser servidos:

Brancos novos: entre 5˚ e 8˚ C, enquanto que os estagiados em madeira entre 8˚ e 13˚C.

Vinhos tintos jovens entre 15˚ e 17˚C, enquanto que os envelhecidos devem ser servidos entre 17˚ e 20˚C.

As taças a serem usadas para o vinho do Porto devem ser do tipo ABNT e não as tradicionais taças de boca mais aberta.

Quanto à harmonização, os vinhos:

Brancos combinam com canapés de peixe defumado, carnes frias, mariscos e  queijos frescos de ovelha e de cabra.

Os tintos combinam com frutas secas, presunto serrano e pratos de caça. Também formam associações com patê de ganso e com pratos, como pato com laranja ou pera. Combinam também com grande parte dos queijos portugueses como: Serra da Estrela, Serpa, Azeitão, Rabaçal e Ilha) e com os azuis (Roquefort, Stilton e Gorgonzola).

Quanto à sobremesas, os vinhos do porto combinam bem com tortas de frutas, pudins leves e bolos pouco doces, bem como chocolates (sem licor).

Os vinhos Tawny velho e Vintage são excelentes como digestivos, para fechar uma refeição e também combinam com charutos.

Como vocês podem ver, o mundo do vinho do Porto é muito complexo e variado.
Neste artigo procurei dar um breve panorama sobre ele, prometendo voltar ao assunto em outra ocasião.

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Propriedades Organolépticas: Características dos objetos que podem ser percebidas pelos sentidos humanos, tais quais; cor, brilho, paladar, textura.

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