O vinho do porto é feito por diversas
castas autóctones (natural da região).
Hoje em dia, são recomendadas apenas as
seguintes castas:
Para os vinhos tintos:
Aragones (Tinta Roriz), Tinta Barroca,
Tinta Francisca, Tinta Cão, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira
(Tinta Amarela).
Para os brancos:
Arinto (Pedernã), Cercial, Donzelinho
Branco, Gouveio, Malvasia Fina, Moscatel Galego Branco, Rabigato, Semillon,
Sercial (Esgana cão), Síria, (Roupeiro), Verdelho, Viosinho e Vital.
O Douro é dividido em 3 regiões, definidas
pelo rio Corgo:
Baixo Corgo, onde o ar é mais úmido e
fresco, pois recebe influência atlântica. Além disso a pluviosidade ali é mais
elevada e ajuda a fertilizar o solo e a aumentar a produção. Hoje em dia esta
área é utilizada para a produção vinhos de mesa.
Cima Corgo, onde o clima é mediterrâneo, mais
propício para produção do vinho do Porto. Nesta região, na zona do Pinhão, os
bagos de uvas atingem maiores concentrações de suco, fazendo com que esta área
seja considerada perfeita para os vinhos Vintages.
Douro Superior, que chega a ser quase
desértico, com temperaturas chegando aos 50˚.
Os vinhos brancos, os espumantes e o
moscatel provem das regiões mais altas do cima Corgo e Douro Superior.
O melhor vinho do Porto é produzido com as
parreiras que ficam em regiões mais áridas, que são as mais próximas ao rio. Os
vinhos de mesa, por sua vez vem de parreiras plantadas acima, onde as encostas
são mais frias.
O vinho do Porto pode ser tinto ou branco e
é classificado em:
Tintos:
Ruby, ou jovem, com intensa cor e aroma frutado e vigor nos mais jovens.
Podem ainda ser simplesmente divididos em Ruby e Ruby Reserva, este último com maior
qualidade. O Reserva é resultante de lotes mais jovens de vinho, com cor
intensa, frutado, encorpado e adstringente, num nível inferior dos LBV e
Vintages.
Tawny, que pode ser:
Jovem, de 4 a 7 anos de envelhecimento
Tawny
de 10, 20, 30 ou 40 anos e reserva.
O Tawny
resulta da mistura de vários anos de produção de vinhos, envelhecidos em cascos
ou tonéis. O ano resultante, ou seja, que caracteriza o vinho, corresponde a
média de idade dos vinhos em tonéis, utilizados. Como exemplo, o de 20 anos
pode ser resultante da média de 2 barris: de 10 e 30 anos .
O Tawny
datado é de elevada qualidade e sua mistura de várias safras, de vários anos
de envelhecimento o torna complexo e pleno de características organolépticas.
Ele tem um bouquet de oxidação, de frutos secos, de torrefação e de especiarias,
que aparecem em vinhos com mais idade. Na boca, eles são macios e harmoniosos,
com aromas persistentes.
Tawny
Reserva é resultante do envelhecimento de pelo
menos 7 anos em barrica. Este vinho tem na boca, a maciez característica de vinhos envelhecidos em
casco (tonel grande). Ele tem a cor aloirada, aromas de frutas secas e de
torrefação em madeira.
Vinhos
de uma só colheita: LBV (Late Botlle Vintage), é um
vinho de elevada qualidade, proveniente de uma só colheita. Ele é engarrafado
entre o quarto e o sexto ano após a colheita.
São vinhos de cor intensa, com
características organolépticas de elevada finura. São encorpados, macios e de
aromas frutados, revelando sua evolução em madeira. São, em geral, menos
adstringentes que os Vintages, mas igualmente harmoniosos, com uma suavidade e
elegância marcadas.
Indicação
de colheita. São vinhos de elevada qualidade,
proveniente de uma única colheita. Envelhece em madeira por um período de no
mínimo 7 anos, onde envelhece por oxidação, onde os aromas de frutas frescas
evoluem, dando lugar a um bouquet de frutos secos, torrefação, madeira e
especiarias. Podem ser engarrafado logo
em seguida. Nos vinhos mais velhos aparecem tons esverdeados.
Vintage, que são vinhos de qualidade excepcional, de uma só colheita e engarrafados entre o 2˚ e 3˚ ano depois da
colheita, apresentando-se retintos e encorpados.
É um vinho de características
organolépticas excepcionais, mostrando-se muito encorpado e retinto aos 2 anos
(no momento de sua aprovação como vintage, por um grupo de experts), quando
engarrafado. Com o envelhecimento em garrafa ele se torna suave e elegante,
perdendo sua adstringência inicial.
Com alguns anos em garrafa, os vintage tem
aromas de torrefação (chocolate, cacau, café, caixa de charutos....),
especiarias (canela e pimenta.....) e, por vezes, aromas frutados.
Os brancos
são divididos por envelhecimento e por diferentes graus de doçura, podem ser:
Com relação à doçura: Extra Seco, Branco
Seco, Branco, Branco Doce, Branco e Lágrima
Os brancos envelhecidos, ou seja, os Reserva
estagiam em madeira por pelo menos 7 anos, apresentando tonalidades douradas e boa
complexidades de aromas. É perceptível nos Reserva, o envelhecimento em madeira
e seu sabor persistente.
O vinho do Porto deve ser servido levando
em conta duas características: cor e tempo
de envelhecimento e para os tintos, além do tempo, é importante ainda a forma
de envelhecimento:
Envelhecimento por redução: Vintage e Ruby
Envelhecimento por oxidação: Tawny e
Colheita.
Quanto à cor, os vinhos do Porto variam do
retinto ao alourado claro. Os vinhos brancos quando são envelhecidos em cascos,
durante muitos anos, adquirem uma tonalidade alourada clara semelhante aos
vinhos tintos muito velhos.
Quanto à temperatura, os vinhos devem ser
servidos:
Brancos novos: entre 5˚ e 8˚ C, enquanto
que os estagiados em madeira entre 8˚ e 13˚C.
Vinhos tintos jovens entre 15˚ e 17˚C,
enquanto que os envelhecidos devem ser servidos entre 17˚ e 20˚C.
As taças a serem usadas para o vinho do
Porto devem ser do tipo ABNT e não as tradicionais taças de boca mais aberta.
Quanto à harmonização, os vinhos:
Brancos combinam com canapés de peixe
defumado, carnes frias, mariscos e queijos frescos de ovelha e de cabra.
Os tintos combinam com frutas secas,
presunto serrano e pratos de caça. Também formam associações com patê de ganso
e com pratos, como pato com laranja ou pera. Combinam também com grande parte
dos queijos portugueses como: Serra da Estrela, Serpa, Azeitão, Rabaçal e Ilha)
e com os azuis (Roquefort, Stilton e Gorgonzola).
Quanto à sobremesas, os vinhos do porto combinam
bem com tortas de frutas, pudins leves e bolos pouco doces, bem como chocolates
(sem licor).
Os vinhos Tawny velho e Vintage são excelentes
como digestivos, para fechar uma refeição e também combinam com charutos.
Como vocês podem ver, o mundo do vinho do
Porto é muito complexo e variado.
Neste artigo procurei dar um breve panorama
sobre ele, prometendo voltar ao assunto em outra ocasião.
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Propriedades Organolépticas:
Características dos objetos que podem ser percebidas pelos sentidos humanos,
tais quais; cor, brilho, paladar, textura.
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