Entre as castas usadas para fazer vinhos
brancos, alguma resultam em produtos acentuadamente aromáticos.
Entre as mais aromáticas posso citar:
Gewunstraminer, Torrontes Vionier e Muscat.
Gewustraminer
A Gewustraminer é a campeã em aromas,
chegando a ser chamada de condimentada (gewüz significa condimento em alemão),
apresenta acentuado aroma de lichia, gengibre e, em alguns casos, canela.
A primeira impressão que se tem desta cepa é
pesada, seu aroma parece uma mistura de lichia, rosas e creme nívea.
Quando o vinho é seco, torna-se opulento.
Algumas vezes o vinho pode ser frouxo e
oleoso, pois vem de uma safra submetida a muito calor, o que resulta numa queda
da acidez.
Os Gewustraminer mais renomados são
provenientes da Alsácia, onde ocupam ¼ das plantações. Em seguida vem os vinhos
de Pfalz, seguidos pelos de Baden (ambos na Alemanha). Logo abaixo vêm os
vinhos Südtirol (sul do Tirol).
As regiões frias da Nova Zelândia, Oregon
(USA) e Washington (USA), Chile e África do Sul tem bom potencial para produção
destes vinhos.
Destas cepas saem três estilos diversos:
seco, meio doces e doces.
Apesar do seu caráter estridente (forte),
este vinho harmoniza bem com alimentos por complementariedade, como é o caso de
pratos condimentados (orientais, por exemplo). A doçura do alho porró, cebola e
pimentão em geral, também dão certo com
este vinho. Já o foie gras combina bem com os vinhos mais doces.
Provei alguns Gewustraminer que vou apresentar abaixo como ilustração:
Casona Vineyard 2007, com 14,5% de álcool.
Ele é produzido no Chile, na região de Sto. Antonio Valley, por Viña Casa Marin. É importado pela Wine
Brasil (http://www.winebrasil.com.br/), por R$114,00. É um vinho gostoso, mas um
pouco fraco, do ponto de vista olfativo (ponto este que deveria ser a principal
características desta casta).
Gewustraminer Reserva 2005, com 13,5% de
álcool, produzido na Alsácia por Leon Beyer.
É importado pela Vinci, por R$159,00. Este vinho é a verdadeira
expressão da casta, aromático, seco e mineral, com boa profundidade e
complexidade.
A casta Vionier era característica da região de Condrieu, na França. Castas
temperamentais e de baixa produtividade.
Os vinhos norte americanos são caros e
concorrem com os do sul da França e da América do Sul.
De qualquer forma, nenhum vinho destas
outras regiões possuem as características dos vinhos de Condrieu, como aromas
de lima, damasco, pêssego e almíscar; vinhos untuosos e encorpados.
Difíceis de combinar com comida, ainda
assim vão bem com caranguejos e lagosta, trufa negra e alecrim.
Aqui vão alguns exemplos desta casta:
Tabali 2007, com 14% de álcool, produzida
por Viña Tabali, do Chaile, Limara Valley. É importado pela Grand Cru, por
R$49,00. Este vinho não é tão bom em questão de aromas, nem na intensidade, nem
em qualidade e complexidade.
Condrieu Les cassines 2007, produzido por
Paul Jaboulet-Ainé. É importado pela Mistral por US$129,00. É um excelente
vinho, um pouco comprometido apenas na questão aromática.
A casta Torrontés é proveniente da Espanha e é parente da moscatel. Produz
vinhos frutados e é utilizada também em Portugal e Argentina (Suzana Balbo).
Tem aromas que lembram flores e frutas cítricas.
Seus vinhos gastronômicos combinam bem com
os prato de frutos do mar, queijo da cabra e pratos orientais. Posso citar:
Finca La Linda 2008, com 14% de álcool,
produzido por Bodegas y Viñedos Arizu, na região de Salta, no Chile. É
importado pela Decanter por R$37,30. Este vinho apresenta um pouco de amargor e
falta de corpo.
A casta Muscat (moscatel) produz vinhos que guardam muito o sabor da uva,
tantos os secos, como os doces, espumantes ou fortificados.
Apresenta aromas de almíscar, de rosas e
laranja, além de uva passas, quando fortificados.
Os vinhos espanhóis são normalmente muito
doces e alcoólicos, enquanto os alsacianos, com seu perfume de rosas, são secos
e requintados. Os italianos são frescos, pouco alcoólicos e doces.
Os vinhos doces harmonizam com pudins,
saladas de frutas, tortas de frutas cristalizadas, chocolates, sobremesas doces
à base de nozes ou gengibre.
Como exemplo temos:
Moscato di Noto 2006, com 11,5% de álcool,
produzido na Sicília, por Az Planeta. Ele é importado pela Interfood por R$151,90. É um vinho
doce, aromático, complexo, com excelente persistência e Equilíbrio.
Vinícola Planeta
Enfim, para os que gostam de uvas
aromáticas ficam aqui as sugestões.
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