Depois de nos hospedarmos em Toulouse, fomos
para outro ponto de parada: a cidade de Rocamadour, ou “roc amatour, que
significa “o amante das rochas” e é um
ponto turístico importante de peregrinação.
Esta cidade sacra é encravada na rocha,
numa superposição de casas e capelas.
O castelo, que coroa esta construção
audaciosa, fica no topo da rocha, a 150 m do solo, por onde serpenteia o rio Alzou.
Na capela do povoado, fica a famosa escultura da Virgem Negra , virgem venerada
há mais de um milênio.
Segundo a tradição, foi ali que viveu o eremita Zaqueu de Jericó, morto por volta de 70 D.C. Zaqueu amava as rochas e
fez um eremitério escavado numa
delas. Ele teria trazido para Rocamadour , a estátua da Virgem Negra, datada do séc. IX.
Depois que
foram reportados muitos milagres atribuídos a Zaqueu e ao santuário da Virgem, muitos
peregrinos famosos estiveram por lá.
Lá existe a capela do santuário da Virgem, num
complexo de construções monásticas, que é alcançada por uma escada de 216
degraus, que os peregrinos sobem de joelho.
A cidade é o segundo santuário medieval da
França, depois de Mont-St.-Michel.
Chegamos à parte da cidade que fica num
platô, acima da rocha e tivemos ali alguma dificuldade para encontrar a entrada
do nosso hotel.
Ficamos no hotel LES ESCLARGIES, que fica na rua L’ Hospitalet, direction Payrac Cales, 46500 (Fone: (00XX33) 5- 65387323). Um hotel moderno, muito bom, com bom café da manhã. Seu preço sem o café é de 90 euros.
O café da manhã, que custou 12 euros por
pessoa, era muito bom, tínhamos: musli de vários tipos, ovos mexidos, pain au
chocolate, camembert , confiture des
fraises, sucos, pães, iogurte e outras iguarias.
No dia seguinte ao da nossa chegada, iniciamos
a decida da rocha por umas rampas laterais que vão até o primeiro estágio da
cidadela, onde está o santuário e a capela.
De lá descemos as escadas até chegar à parte baixa da cidade.
Está área tinha apenas uma rua simpática que
atravessava a cidade, de lado a lado, com pouca inclinação.
Uma ruela repleta de lojas e oficinas de
artesanato. Lojas de embutidos, tortas típicas da cidade (um bolo com nozes), queijos,
macarons e torrones. As lojas, de produtos derivados de pato, eram abundantes e
exibiam patês das mais diferentes formas possíveis, como um patê com figo seco.
Era mesmo um local que abria nosso apetite e nos deixava de olhos arregalados.
Para nós que pagamos caro por estes
produtos no Brasil, lojas de foie assim são uma tentação e motivo para ganhar
mais uns quilinhos.
Subimos de elevador de volta e fomos então
visitar o Château, que só pode ser conhecido por fora. De suas muralhas, temos
uma excelente vista da cidade. Programa este perfeitamente dispensável, ao meu
ver, ainda mais que é pago.
Passeamos também pelas imediações de
Rocamadour, quando encontramos uma fábrica de pain d’epice de vários tipos. Não
resisti e depois de provar vários, comprei um bom pedaço do mais simples.
O pain d’epice na França é um ótimo
acompanhamento para o foie gras assim como a confiture des figues..
Jantamos muito bem no restaurante e hotel Le
Belvedere, que fica na beira da escarpa. Lá nos deliciamos com um Repas Gourmand
à 25 euros.
A nossa entrada foi uma salada de folhas acompanhada
de um queijo típico da cidade, chamado Rocamadour, um queijo au lait cru, que
pertence a família dos cabecous.
Também comemos um excelente confit de
canard!
Para acompanhar, provamos um bom vinho de
Cahors, Château Eugenie 2006, que combinou bem com os pratos.
No dia seguinte fomos visitar a cidade de
Sarlat.
De volta a Rocamadour, jantamos no restaurante
Le Bellevue, que nos decepcionou um tanto, devido a pratos muito toscos, nem
saborosos, nem requintados.
Como entrada pedimos: Delice Quercynois au
foie gras de canard 25%, et salade aux noix. Para acompanhar provei o delicioso
vinho le verre de Gaillac douce, que custava 3,30 Euros.
Para acompanhar o prato principal pedi um
vinho Mauzac Nature 2011, da região de Gaillac, que era leve e acompanhou bem o
prato.
Provamos um menu Repas Gourmand à 23Euros,
com um acréscimo de 4Euros para o prato de Foie gras de canard entier mi-cuit
(fígado de ganso meio cozido).
Embora a descrição dos pratos nos parecesse
deliciosa, não eram bons.
No dia seguinte partimos para a cidade de
Bordeaux, deixando para trás uma cidade mística e interessante!