quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Encontro de vinhos 2013


O Encontro de vinhos Off, é um evento que ocorre paralelo à Expovinis, onde produtores que não querem participara da Expovinis, optam por um evento mais fechado e, creio eu, mais em conta.


Este ano o evento ocorreu na Casa da Fazenda, no Murumbi e foi bem mais organizado que o do ano anterior. Seria bom que a organização do evento pudesse oferecer uma lista de produtores e de vinhos apresentados.


Neste ano a presença de produtores Italianos, a maioria deles sem representação no Brasil, foi marcante.


O nível dos produtos foi muito bom, já na entrada ficavam muitos produtores franceses com seus Champagnes, advindos de várias castas e ainda, vinhos tintos e brancos de várias regiões da França.


O produtor da Bourgogne, Louis Max trouxe bons vinhos brancos e tintos. Os que mais apreciei foram os vinhos brancos, como os Chablis e Pouilli Fussé.


Em seguida, na varanda, estava a ala italiana. Era o Espaço Valpolicella, com produtores do Veneto, ligados ao Conzorcio per la tutela dei vini Valpolicella. Foi possível comparar vinhos italianos consagrados, como o Amarone.

O método de produção dos Amarones variava de produtor a produtor,  tanto no tipo de garrafa: Borgonha ou Bordalesa, até nas técnicas de vinificação, como tempo de passimento das uvas.

Para fazer o Amarone as uvas são colhidas e colocadas em galpões ventilados, para que fiquem semi-desidratadas (passimento). Depois disto é que elas sofrem o processo de vinificação.

Alguns produtores optam por um período menor de semi-desidratação, de 2,5 meses, com o objetivo de manter a característica da fruta. Outros, por sua vez, desidratam a uva por 3 a 4 meses, procurando mais intensidade.

Alguns dos provados foram:

Rubinello Vajol, que usa as cepas: Corvina (40%), Corvinone (40%), Rondinella (10%), Molinara (5%) e Oseleta (5%). Ficam 4 meses secando e indo em seguida ao processo de fermentação e maceração, com a temperatura controlada. Passa por um processo de afinamento de 24 a 36 meses, em bote (barrica grande)de 30hl. É um vinho muito elegante e agradável. Harmoniza bem com stinco de vitela ao forno. A temperatura de serviço recomendada é de 18 a 20˚.


Azienda Agricola Piccoli, que usa as cepas: Corvina (40%), Corvinone (30%),  Rondinella (30%). Ficam 3 meses secando. Passa por um processo de afinamento de 24 a 36 meses, em bote francês de 3,5 e 5,5hl e de 10hl da Slavônia. Passa por um processo de afinamento de pelo menos 24 meses.


Tenuta Chiccheri, que usa as cepas: Corvina, Corvinone, Rondinella e Croatina. Ficam 3 a 4 meses secando Passa por um processo de afinamento de 36 meses, em bote francês.


Santa Sofia, com o Amarone Antichello e o Santa Sofia, que usa as cepas: Corvina (70%), Rondinella (25%) e Molinara (5%). Fica de 3 a 4 meses secando. Passa por um processo de afinamento de 36 meses, em pequenos tonéis da Slavônia. Este vinho já ganhou vários prêmios.

Provei ainda os Amarones de: Antichello, TinazziTenuta Valeselle Aurum, Domenico Fraccaroli, Rocca Sveva e Scriani.


O produtor Piccoli apresentou um Ripasso com uma etiqueta moderna, desenhada por sua simpática filha.

Além dos Amarones, os produtores trouxeram os Ripassos. São vinhos compostos de: uma parte dele processado normalmente, passando posteriormente por nova fermentação, misturado depois com uvas semi-desidratadas.

Provamos também um delicioso Recioto, que é um vinho doce feito com uvas que ficam de 3 a 4 meses desidratando. Eles estavam muito bons.


Outro produtor interessante é a Piera Martellozzo, do Friuli, que produz espumantes de cores diferentes para cada cepa: Pink Pearl, Yellow Pearl e Blue Pearl.

Um grupo chileno, denominado Top Winemakers me chamou a atenção.


Os Top Winemakers tem como objetivo: potencializar a criatividade enológica dos vinhos chilenos e compartilhar a diversidade de estilos. O trabalho é feito em conjunto, com o objetivo de gerar novos conceitos de vinhos.

Os vinhos que apresentaram desta vez, eram resultado de uma proposta que eles fizeram para um grupo de 5 enólogos masculinos e outro de 5 femininos. Cada um dos grupos tinham que fazer um vinho.

Os homens fizeram vinhos com base na uva Syrah e as mulheres na Cabernet Sauvignon. Os vinhos ficaram muito bons! Gostei mais do vinho feminino.


Vários outros produtores estiveram presentes neste evento, como o Santa Rita, que por sua vez só disponibilizou vinhos mais simples.

Enfim, o evento vem evoluindo a cada ano, mas ainda peca por falta de organização, que se houvesse, facilitaria as análises e a compilação dos dados.

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