O Encontro de vinhos Off, é um evento que
ocorre paralelo à Expovinis, onde produtores que não querem participara da
Expovinis, optam por um evento mais fechado e, creio eu, mais em conta.
Este ano o evento ocorreu na Casa da
Fazenda, no Murumbi e foi bem mais organizado que o do ano anterior. Seria bom
que a organização do evento pudesse oferecer uma lista de produtores e de vinhos
apresentados.
Neste ano a presença de produtores
Italianos, a maioria deles sem representação no Brasil, foi marcante.
O nível dos produtos foi muito bom, já na
entrada ficavam muitos produtores franceses com seus Champagnes, advindos de
várias castas e ainda, vinhos tintos e brancos de várias regiões da França.
O produtor da Bourgogne, Louis Max trouxe
bons vinhos brancos e tintos. Os que mais apreciei foram os vinhos brancos, como
os Chablis e Pouilli Fussé.
Em seguida, na varanda, estava a ala
italiana. Era o Espaço Valpolicella, com produtores do Veneto, ligados ao Conzorcio per la tutela dei vini Valpolicella. Foi possível comparar vinhos italianos consagrados, como o Amarone.
O método de produção dos Amarones variava
de produtor a produtor, tanto no tipo de
garrafa: Borgonha ou Bordalesa, até nas técnicas de vinificação, como tempo de
passimento das uvas.
Para fazer o Amarone as uvas são colhidas e
colocadas em galpões ventilados, para que fiquem semi-desidratadas (passimento).
Depois disto é que elas sofrem o processo de vinificação.
Alguns produtores optam por um período
menor de semi-desidratação, de 2,5 meses, com o objetivo de manter a
característica da fruta. Outros, por sua vez, desidratam a uva por 3 a 4 meses,
procurando mais intensidade.
Alguns dos provados foram:
Rubinello Vajol, que usa as cepas: Corvina
(40%), Corvinone (40%), Rondinella (10%), Molinara (5%) e Oseleta (5%). Ficam 4
meses secando e indo em seguida ao processo de fermentação e maceração, com a
temperatura controlada. Passa por um processo de afinamento de 24 a 36 meses,
em bote (barrica grande)de 30hl. É um vinho muito elegante e agradável.
Harmoniza bem com stinco de vitela ao forno. A temperatura de serviço
recomendada é de 18 a 20˚.
Azienda Agricola Piccoli, que usa as cepas:
Corvina (40%), Corvinone (30%),
Rondinella (30%). Ficam 3 meses secando. Passa por um processo de afinamento
de 24 a 36 meses, em bote francês de 3,5 e 5,5hl e de 10hl da Slavônia. Passa
por um processo de afinamento de pelo menos 24 meses.
Tenuta Chiccheri, que usa as cepas:
Corvina, Corvinone, Rondinella e Croatina. Ficam 3 a 4 meses secando Passa por
um processo de afinamento de 36 meses, em bote francês.
Santa Sofia, com o Amarone Antichello e o
Santa Sofia, que usa as cepas: Corvina (70%), Rondinella (25%) e Molinara (5%).
Fica de 3 a 4 meses secando. Passa por um processo de afinamento de 36 meses,
em pequenos tonéis da Slavônia. Este vinho já ganhou vários prêmios.
Provei ainda os Amarones de: Antichello, TinazziTenuta
Valeselle Aurum, Domenico Fraccaroli, Rocca Sveva e Scriani.
O produtor Piccoli apresentou um Ripasso
com uma etiqueta moderna, desenhada por sua simpática filha.
Além dos Amarones, os produtores trouxeram
os Ripassos. São vinhos compostos de: uma parte dele processado normalmente,
passando posteriormente por nova fermentação, misturado depois com uvas
semi-desidratadas.
Provamos também um delicioso Recioto, que é
um vinho doce feito com uvas que ficam de 3 a 4 meses desidratando. Eles
estavam muito bons.
Outro produtor interessante é a Piera
Martellozzo, do Friuli, que produz espumantes de cores diferentes para cada
cepa: Pink Pearl, Yellow Pearl e Blue Pearl.
Um grupo chileno, denominado Top Winemakers
me chamou a atenção.
Os Top Winemakers tem como objetivo:
potencializar a criatividade enológica dos vinhos chilenos e compartilhar a
diversidade de estilos. O trabalho é feito em conjunto, com o objetivo de gerar
novos conceitos de vinhos.
Os vinhos que apresentaram desta vez, eram
resultado de uma proposta que eles fizeram para um grupo de 5 enólogos masculinos
e outro de 5 femininos. Cada um dos grupos tinham que fazer um vinho.
Os homens fizeram vinhos com base na uva
Syrah e as mulheres na Cabernet Sauvignon. Os vinhos ficaram muito bons! Gostei
mais do vinho feminino.
Vários outros produtores estiveram
presentes neste evento, como o Santa Rita, que por sua vez só disponibilizou
vinhos mais simples.
Enfim, o evento vem evoluindo a cada ano, mas
ainda peca por falta de organização, que se houvesse, facilitaria as análises e
a compilação dos dados.
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