Saímos de Honfleur e
fomos para Calais a fim de pegar o trem Eurostar para Londres.
Esperávamos que Calais
fosse apenas uma cidade portuária, onde pudéssemos passar a noite (hotel
Meurice, 96 Euros sem café da manhã. 1 grand rue Ducey.
50.220).
Como tínhamos um dia todo
para passear pelo local e estávamos próximo da parte antiga da cidade, fomos
caminhando até lá.
No caminho já
encontramos uma bela obra de Rodin. Uma estátua composta por seis cidadãos que
defenderam Calais dos ingleses.
Atrás desta estátua,
ficava um lindo prédio da Câmara municipal. Aproveitamos para entrar e
visitá-lo.
Passeando depois pelo
centro, ainda nos deparamos com um pequeno museu que apresentava trabalhos
excelentes de uma escultora chamada Elisabeth Cibot.,
Várias estátuas
incríveis esculpidas em bronze,como a do capitão Nemo, de Julio Vernes, outra de
uma mãe com sua criança, de uma mulher dançando e muitas mais com bastante movimento
e expressão.
Se por um lado
alegrei-me, por outro, esta exposição me deixou triste, pois nos damos conta
que vivemos num país sem cultura. Na França, até mesmo numa cidadela, encontramos
um museu, com entrada gratuita, e uma exposição de primeira.
Passamos depois pelo
Restaurant de Beaux Arts, mas não o escolhemos, por ser especializado em comida
árabe. Sempre prefiro pratos locais.
Fomos então almoçar no
Restaurant bar à Vins, meio decadente e que indicava seu passado pomposo.
Os pratos ali eram
básicos e a sobremesa veio com belo acabamento. Para acompanhar, pedi o vinho
La Moienerie 2010, um gostoso Pouilly-Fumé.
No dia seguinte, fomos
ao terminal de trem, para, pela primeira vez, pegar um TGV (tain de haut
vitesse).
A estação era simples,
mas bem moderna.
Pouco antes de o trem
chegar, passamos pela alfândega francesa, com guardas muito sérios e com um
cachorro que ficava circulando quando a esteira rolante trazia as malas.
Como fomos de classe
turística, o vagão tinha poltronas confortáveis, porém de acabamento simples.
Em poucos minutos chegamos a Londres
Um pouco de história:
Calais está localizada no Estreito de Dover, no ponto mais estreito do Canal da Mancha com apenas 34 km de
largura, sendo a cidade francesa mais próxima da Inglaterra.
A parte velha da cidade, Calais-Nord, está
situada em uma ilha artificial rodeada por canais e portos.
A parte moderna da cidade, St-Pierre, fica na parte sul e sudeste da cidade.
No ano 997, o povoado foi remodelado pelo Conde de Flandres e mais tarde, em 1224, fortificado pelo Conde de Bolonha.
O povoado rendeu-se a Edward III, Rei de Inglaterra, em 1347, após
o longo cerco (devido à fome). O povoado foi recuperado dos Ingleses a partir
de 1558. Foi ocupado pelos espanhóis entre 1596 e 1598, sendo restituído à
França pelo Tratado de Vervins.
As circunstâncias dramáticas deste cerco são
comemoradas na famosa estátua de bronze dos "Seis Cidadãos de Calais", no exterior da Câmara
Municipal.