Meu grande amigo e fotógrafo Edu Simões,
que leu o livro sobre Culinária Ogra, me convidou
para almoçar pela segunda vez no restaurante peruano, localizado na boca do
lixo, Rinconcito Peruano.
Fomos até lá e
descobrimos que o restaurante está em reforma até 01/03/15.
Lembrei-me então de outra recomendação exótica de outro grande amigo Kaike, um restaurante de cozinha africana
da mesma região.
Fomos perguntando por ali onde ele ficaria e
chegamos no Biyouz' s, cozinha africana à al. Barão de Limeira, 19, Campos
Elíseos (fone: 3221-6806).
Ficamos meio preocupados com o tipo de prato
que nos seria oferecido, mas mesmo assim incentivei a experiência,
sabendo que o Edu pertencia aquele grupo de pessoas, que costumo chamar de “equipe draga”, ou seja, que come de
tudo e é menos chato que eu para restaurantes.
Ao lado deste, tinha outro restaurante africano,
mas apenas frequentado
por negros, o que no mínimo, me pareceu curioso. Eu havia lido que existem alguns grupos
que não gostam de invasão de brancos. Isto me soou um tanto racista...
Neste restaurante Biyouz' s haviam outros
frequentadores brancos, o que nos ajudou a decidir entrar e provar aquela
cozinha exótica.
O garçom nos informou que eles eram da
república de Camarões, mas que o cardápio abrangia outras especialidades africanas de locais como: Nigéria, Angola, Congo, Senegal e Tanzânia.
A proprietária Sylvie Tchocgnia Aristide contou que, em Camarões, país do tamanho de São Paulo, existem mais de 200 dialetos que não se comunicam, sendo o Inglês e o Francês, as línguas oficiais.
Pouco entendi do cardápio, pois os
pratos são compostos de
ingredientes estranhos, apenas consegui distinguir ali a mandioca, a banana da
terra, carne e camarão. O restante eram temperos exóticos, trazidos
da África.
Pedi um prato com frango frito, mandioca cozida
e uma pasta feita com erva de Camarões.
Edu pediu um prato com frango frito, banana da
terra e cenoura.
Os pratos eram interessantes e exóticos,
com muitas coisas e pouca carne. Talvez tal culinária seja resultante de um país mais pobre e
a pouca carne tivesse o objetivo de tornar o prato mais econômico.
A erva africana me lembrou de leve um coentro,
pelo seu aroma. O meu prato era um pouco pesado, pois era feito com bastante óleo.
A cozinha do restaurante não
tinha exaustor e a fumaça passava por dentro da sala de almoço.
Edu resolveu passar o guardanapo pela toalha de
plástico e descobriu que estava razoavelmente suja.
Como sobremesa, pedimos um pudim de mandioca,
que tinha mais sabor da canela que o temperava. Parecia um arroz doce.
A dona do restaurante estranhou um único pedido de sobremesa e comentou que brasileiro tinha
mania de comer pouco.
Sylvie muito simpática, assim como
o garçom, que nos mostrou a erva africana usada no nosso prato, ambos
gentis. Tal erva era guardada seca na geladeira.
A conta de R$36,00 foi muito barata e incluía um prato, meio doce e um refrigerante pra cada um.
O almoço serviu para eu conhecer estas
especialidades e para rever este grande amigo. Combinamos de experimentarmos
outros restaurantes de comida ogra.
Prefácio do livro de Culinária Ogra:
Este livro é para você que
não
aguenta mais pagar muito para comer pratos que nunca matam a fome. Para você que está
cansado de comprar guias que só
falam dos mesmos restaurantes badalados de São Paulo. Para você que sempre tem vontade de comer um PF gostoso e barato na
hora do almoço,
mas nunca sabe onde ir. Como um salvador dos esfomeados de plantão, André
Barcinski elaborou este "Guia da culinária ogra – 195
lugares para comer até
cair". Com textos informativos e muito bem-humorados, ele revela que todas
as regiões
da cidade de São
Paulo têm
seus tesouros da “culinária ogra”:
aquela em que os garçons
são
velhos e feios, e não
modelos aspirantes à
celebridade, ou em que a comida ocupa ao menos 85% da área do prato.
Agora todos os paulistanos ou turistas, de todas as idades, poderão explorar a tão falada gastronomia da cidade de São Paulo de uma maneira diferente e inusitada. E todos aqueles restaurantes toscos que você conhecia finalmente se tornaram dignos de um guia gastronômico.
Agora todos os paulistanos ou turistas, de todas as idades, poderão explorar a tão falada gastronomia da cidade de São Paulo de uma maneira diferente e inusitada. E todos aqueles restaurantes toscos que você conhecia finalmente se tornaram dignos de um guia gastronômico.
Olá, muito interessante o post e como assessor de comunicação da casa agradeço o carinho com que foi descrito o Biyou'Z.
ResponderExcluirSugiro apenas uma correção: o nome da proprietária é Melanito Biyouha.
Obrigado e voltem sempre que possível!