domingo, 9 de março de 2014

Restaurante Africano Biyouz' s

Meu grande amigo e fotógrafo Edu Simões, que leu o livro sobre Culinária Ogra, me convidou para almoçar pela segunda vez no restaurante peruano, localizado na boca do lixo, Rinconcito Peruano.


Fomos até lá e descobrimos que o restaurante está em reforma até 01/03/15. Lembrei-me então de outra recomendação exótica de outro grande amigo Kaike, um restaurante de cozinha africana da mesma região.


Fomos perguntando por ali onde ele ficaria e chegamos no Biyouz' s, cozinha africana à al. Barão de Limeira, 19, Campos Elíseos (fone: 3221-6806).

Ficamos meio preocupados com o tipo de prato que nos seria oferecido, mas mesmo assim incentivei a experiência, sabendo que o Edu pertencia aquele grupo de pessoas, que costumo chamar de equipe draga, ou seja, que come de tudo e é menos chato que eu para restaurantes.


Ao lado deste, tinha outro restaurante africano, mas apenas frequentado por negros, o que no mínimo, me pareceu curioso. Eu havia lido que existem alguns grupos que não gostam de invasão de brancos. Isto me soou um tanto racista...

Neste restaurante Biyouz' s haviam outros frequentadores brancos, o que nos ajudou a decidir entrar e provar aquela cozinha exótica.


O garçom nos informou que eles eram da república de Camarões, mas que o cardápio abrangia outras especialidades africanas de locais como: Nigéria, Angola, Congo, Senegal e Tanzânia.

A proprietária Sylvie Tchocgnia Aristide contou que, em Camarões, país do tamanho de São Paulo, existem mais de 200 dialetos que não se comunicam, sendo o Inglês e o Francês, as línguas oficiais.


Pouco entendi do cardápio, pois os pratos são compostos de ingredientes estranhos, apenas consegui distinguir ali a mandioca, a banana da terra, carne e camarão. O restante eram temperos exóticos, trazidos da África.


Pedi um prato com frango frito, mandioca cozida e uma pasta feita com erva de Camarões.


Edu pediu um prato com frango frito, banana da terra e cenoura.

Os pratos eram interessantes e exóticos, com muitas coisas e pouca carne. Talvez tal culinária seja resultante de um país mais pobre e a pouca carne tivesse o objetivo de tornar o prato mais econômico.

A erva africana me lembrou de leve um coentro, pelo seu aroma. O meu prato era um pouco pesado, pois era feito com bastante óleo.

A cozinha do restaurante não tinha exaustor e a fumaça passava por dentro da sala de almoço.

Edu resolveu passar o guardanapo pela toalha de plástico e descobriu que estava razoavelmente suja.

Como sobremesa, pedimos um pudim de mandioca, que tinha mais sabor da canela que o temperava. Parecia um arroz doce.

A dona do restaurante estranhou um único pedido de sobremesa e comentou que brasileiro tinha mania de comer pouco.

Sylvie muito simpática, assim como o garçom, que nos mostrou a erva africana usada no nosso prato, ambos gentis. Tal erva era guardada seca na geladeira.

A conta de R$36,00 foi muito barata e incluía um prato, meio doce e um refrigerante pra cada um.

O almoço serviu para eu conhecer estas especialidades e para rever este grande amigo. Combinamos de experimentarmos outros restaurantes de comida ogra.


Prefácio do livro de Culinária Ogra:

Este livro é para você que não aguenta mais pagar muito para comer pratos que nunca matam a fome. Para você que está cansado de comprar guias que só falam dos mesmos restaurantes badalados de São Paulo. Para você que sempre tem vontade de comer um PF gostoso e barato na hora do almoço, mas nunca sabe onde ir. Como um salvador dos esfomeados de plantão, André Barcinski elaborou este "Guia da culinária ogra 195 lugares para comer até cair". Com textos informativos e muito bem-humorados, ele revela que todas as regiões da cidade de São Paulo têm seus tesouros da culinária ogra: aquela em que os garçons são velhos e feios, e não modelos aspirantes à celebridade, ou em que a comida ocupa ao menos 85% da área do prato.
Agora todos os paulistanos ou turistas, de todas as idades, poder
ão explorar a tão falada gastronomia da cidade de São Paulo de uma maneira diferente e inusitada. E todos aqueles restaurantes toscos que você conhecia finalmente se tornaram dignos de um guia gastronômico.


Um comentário:

  1. Olá, muito interessante o post e como assessor de comunicação da casa agradeço o carinho com que foi descrito o Biyou'Z.
    Sugiro apenas uma correção: o nome da proprietária é Melanito Biyouha.
    Obrigado e voltem sempre que possível!

    ResponderExcluir

MIOLO UNDER THE SEA

Com 10 anos, espumante que ficou submerso no mar da França chega ao mercado  Objeto de desejo de colecionadores, rótulo traz luxo e exclusiv...