sábado, 12 de julho de 2014

Mantova, Itália

Na viagem que fiz em 2014, fui de Alba, no Piemonte, para Trento, no Trentino, a fim de visitar a vinícola Ferrari. No caminho aproveitei ara conhecer um pouco da cidade de Mantova.


Não existem registros arqueológicos que permitam estabelecer com precisão qual a origem e quando teria sido fundada Mantova. De acordo com uma lenda, relembrada inclusive no Inferno de Dante, terá sido fundada pela profetisa Manto, filha do adivinho Tiresia. Em fuga de Tebas, Manto, depois de um longo vagar, chegou em um local ermo e pantanoso, onde, com suas lagrimas, criou um lago. Manto teria se casado com uma divindade fluvial, Tybris (Tevere, ou Tibre) e o filho deles, Ocno teria fundado então a cidade às margens do rio Mincio, nomeando-a, em memória de sua mãe, Mantua.


Na verdade, a zona já devia ser habitada no tempo dos Etruscos e sabe-se que no período romano, Mantova era uma pequena cidade fortificada, localizada onde hoje é o centro medieval.


O personagem mais importante da cidade no tempo romano foi o poeta Virgilio Publio Marone, autor da Eneida, clássico da literatura latina. Virgilio está representado em estatuas pela cidade e homenageado na Piazza Virgiliana, próximo da Piazza Sordello.


No século X a cidade passou a ser feudo da família Canossa, de cuja maior lembrança é a Rotonda di San Lorenzo, pequena igreja de forma circular, adjacente ao Palazzo della Ragione, construído cerca de um século depois, por volta de 1.250. Uma curiosidade, com o passar dos séculos, a Rotonda di San Lorenzo foi sendo encoberta por edificações, até desaparecer totalmente. Somente no início do século XX essas edificações foram removidas e a Rotonda, então restaurada, reapareceu em toda sua singeleza. Junto ao Palazzo della Ragione, ergue-se a Torre dell’Orologio, com um relógio astronômico e astrológico projetado pelo matemático mantovano Bartolomeo Manfredi.


A partir do século XV reinam em Mantova os Gonzaga, que tanto contribuíram para o seu esplendor. É o período do Renascimento, e ali surgem e passam vários artistas importantíssimos do período: o pintor Andrea Mantegna, que adorna as paredes do Palazzo Ducale e do Palazzo del Te, este construído pelo arquiteto Giulio Romano como Palácio de verão dos Gonzaga. Neste período surge também a Basílica di Sant’Andrea, projeto de Leon Batista Alberti.


Mantova é hoje cercada por três lagos resultantes das obras do engenheiro Bergamasco Alberto Pitentino, em 1190. (Lago Superiore, di Mezzo e Inferiore). Um quarto lago, chamado Paiolo, fechava a cidade pelo lado sul, de modo que a cidade situava-se numa ilha. Na metade do século XVIII este quarto lago foi esvaziado e Mantova transformou-se em uma península. Os lagos fazem parte do Parco Naturale del Mincio e tem como característica a presença de um sem número de flores de lótus e é possível fazer passeios de barco pelo Parque.


Dizem que, quando Jesus foi crucificado, um soldado romano enfiou uma espada no seu corpo, para saber se ele estava morto. O sangue jorrou, bateu nos seus olhos (soldado) e o curou de uma doença. Ele então, pegou o sangue num cálice e trouxe à cidade de Mantova, onde foi guardado e desaparecido com o tempo. Com a descoberta da relíquia, no ano de 804, surgiu no local um primeiro templo religioso, em homenagem a Sant’Andrea. Depois construiu-se um mosteiro beneditino e finalmente, no século XV, foi erguida a Basílica que hoje vemos, com o campanário ainda dos tempos medievais, localizada na Piazza Mantegna.


Lá em Mantova, passei pelo enorme Palazzo Ducale, que dizem ter 500 quartos. Foi construído entre os séculos XIV e XVII, como residência da família Gonzaga e fica na Piazza Sordello. Trata-se praticamente de um palácio-cidade, pela quantidade de corredores, galerias, salas jardins, capelas, que a faz ser o segundo em extensão de tetos em toda a Europa, atrás apenas do Vaticano.

O Duomo (Cattedrale di San Pietro) também fica na Piazza Sordello, sofreu várias intervenções, o que lhe deu uma aparência de mescla de vários estilos


Como gosto de ver as feiras, para conhecer os produtos típicos de cada região, estive na Piazza dele Erbe. Ela é muito frequentada durante o dia, pelo seu mercado que oferece vários produtos e à noite, pelos seus bares.


A cidade de Mantova é famosa pela sua culinária, sendo que o tortelli de zucca (recheio de abóbora) é seu carro chefe. Muito famoso! O vinho Lambrusco também é feito nesta região.


Como bom turista desinformado, fui a um restaurante onde comi uma massa que, infelizmente, estava sem graça e fora do ponto de cozimento.


Coisas que acontecem... até mesmo na Itália!


De Mantova segui para Trento para visitar a vinícola Ferrari. 

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