segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Os excelentes vinhos do Porto da Taylors e minha visita à adega em Vila Nova de Gaia.

O vinho do Porto é um dos grandes vinhos clássicos europeus, sendo a sua história tão antiga como fascinante. Um dos aspectos interessantes do Vinho do Porto é a sua variedade de estilos, cada um com os seus próprios sabores e aparências distintas.

As primeiras informações de vinho sob o nome de "vinho do Porto” foram registadas em 1678.
 

Apesar do vinho ser produzido no interior do país, nas vinhas do Alto Douro, ele deve o seu nome à cidade costeira do Porto de onde é tradicionalmente exportado.

Até meados do século XX, o vinho era transportado pelo rio Douro em barcos especiais, conhecidos por barcos rabelos. O vinho era então descarregado nas caves das casas de vinho do Porto, na Vila Nova de Gaia, em frente ao centro histórico da cidade do Porto. Aí o vinho era envelhecido, loteado (misturado), engarrafado e finalmente expedido.

Muitos dos produtores mais antigos e conhecidos, como a Taylor’s ou a Croft, são de origem inglesa ou escocesa e, ao longo de grande parte da história do vinho do Porto, a Grã-Bretanha foi de longe o seu maior mercado.

A Taylor’s é uma das mais antigas casas que se dedicam exclusivamente ao vinho do Porto, fundada em 1.692.

O vinho do porto é um vinho fortificado, isto é: no processo de sua fermentação (onde o açúcar das uvas é transformada em álcool), atingi-se a dosagem de açúcar ideal, acrescenta-se aguardente vínico.

O aguardente vínico é um destilado da uva, e neste caso tem aproximadamente 77% de álcool.

Um dos aspectos fascinantes do vinho do Porto é a sua variedade, com os seus próprios sabores característicos, desde o intenso frutado Reserva ou um LBV (Late Bottled Vintage), à opulência e complexidade de um Tawny de idade ou a imponência sublime de um Porto Vintage.

O vinho do Porto é produzido na acidentada zona montanhosa do Alto Douro, no nordeste de Portugal, uma das mais antigas e belas áreas vitivinícolas do mundo onde se faz vinho há pelo menos dois mil anos. Em 1756, as vinhas do vinho do Porto no Douro tornaram-se a primeira área vitivinícola no mundo a ser legalmente demarcada.

As uvas, principalmente de variedades específicas como a Touriga Nacional, a Touriga Francesa ou a Tinta Barroca (por volta de 30 cepas) são cultivadas nas encostas íngremes e rochosas que margeiam o rio Douro e os seus afluentes. Muitas das vinhas mais antigas, agora classificadas como Patrimônio Mundial, estão plantadas em socalcos estreitos, apoiados por muros de pedra construídos à mão.

Apesar de poderem ser plantadas separadamente, as diferentes castas são normalmente vindimadas e fermentadas juntas. Cada casta contribui com o seu caráter particular – tais como os intensos sabores a frutos do bosque, os delicados aromas florais, as exóticas notas a especiarias ou os aromas silvestres e resinosos.

No processo tradicional, que continua a ser utilizado para fazer os vinhos das próprias quintas da Taylor´s, as uvas são depois colocadas em grandes tanques de granito chamados "lagares”, onde são pisadas a pé.

A primeira etapa da pisa a pé denomina-se "corte” e consiste em esmagar as uvas, que nesta fase ainda são relativamente sólidas, para assim libertar o sumo e a polpa das peles.

Quando cerca de metade do açúcar natural do sumo da uva for transformado em álcool pela fermentação, o enólogo dá o sinal para dar início ao processo de fortificação. A pisa a pé termina e as peles começam a subir à superfície do lagar onde formam uma camada sólida. O vinho que está  fermentando, sob esta camada de peles, é retirado do lagar e transferido para uma cuba. À medida que o vinho em fermentação é transferido para a cuba, vai lhe sendo adicionado uma aguardente vínica muito limpa e jovem.

Após as vindimas, o vinho permanece na adega no Douro, onde repousa até à primavera do ano seguinte, quando é transportado para as caves da empresa em Vila Nova de Gaia para envelhecer, ser loteado e engarrafado.

Antes de ser levado para as caves, cada vinho é avaliado, decidindo-se a qual estilo de vinho do Porto será destinado. O vinho é então colocado em cascos ou cubas, conforme o caso, para começar o seu processo de envelhecimento. O vinho do Porto, por ser fortificado e ter notável potencial de envelhecimento, pode permanecer em madeira por muito mais tempo do que a maioria dos outros vinhos. Isso significa que pode ser envelhecido de diferentes formas e por diferentes períodos para produzir uma ampla gama de estilos.

Em 2018 fui conhecer as caves da Taylor’s, em Vila Nova de Gaia, numa área onde se tem uma vista esplendorosa do Porto e do rio Douro.

Fui recebido por Ana Margarida Morgado, relações públicas da empresa. Por sinal, muito gentil.

Iniciamos a visita pela área onde ficam armazenados e envelhecendo os vinhos, com uma infinidade de barricas, de várias capacidades.

No final desta área, existe um enorme tonel cheio de vinho.

Passamos em seguida, por outra área, onde vários documentos contam a história da Taylor’s.

Depois fomos convidados  para a degustação dos vinhos. Lá provamos:

Chip Dry Port, um vinho branco, seco, apropriado a ser servido como aperitivo. Sua principal casta é a Malvasia Fina. Este é um vinhos amarelo palha, muito fresco e agradável.

LBV 2013 que consiste numa seleção de vinhos do Porto tintos encorpados e de excelente qualidade, provenientes de um único ano. O Late Bottled Vintage, como sugere o nome em inglês, é engarrafado mais tarde, permanecendo em madeira entre quatro a seis anos. É um vinho de cor intensa e aroma de frutas negras e alcaçuz. Os taninos estavam aveludados e apresentava notas de chocolate e bela persistência na boca.

O Tawny 10 anos é feito pela mistura de vinhos de várias idades, que resultam numa média de 10 anos. É um vinho opulento e elegante e combina notas de madeira com ricos aromas de fruta madura.

Vintage 2016 é um vinho produzido apenas nas grandes safras. Sua cor é púrpura, com intenso aroma de frutas silvestres, com notas de maçã, ameixa e framboesa. É um vinho elegante e potente, de boa acidez e equilíbrio.

Depois de terminada a degustação e encerrada a visita, recebi ainda de presente da Margarida, um Porto Towny 10 anos, com uma bela embalagem.

Depois de tanta gentileza, só posso agradecer à Taylor’s, na pessoa de Ana Margarida e à Qualimpor por me proporcionar esta especial visita!

https://youtu.be/X5pt9i0CFKM

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