Continuando o meu relato sobre o Encontro Mistral 2019 , vou falar sobre os vinhos da península ibérica. Inicio o meu relato por Portugal, que estava bem representado neste encontro.
Começo pelo Alentejo, com a Herdade dos Coelheiros que foi adquirida por um casal de brasileiros em 2015. Dentre seus vinhos, o Tapada dos Coelheiros, feito de um corte de Cabernet Sauvignon e Alicante Bouchet, é o carro chefe da vinícola.
A vinícola ícone da Bairrada, Luis Pato, foi representada pelo seu proprietário, que curiosamente vestia uma camiseta com o dizer “rebel". Foi ele quem domesticou a cepa Baga e criou técnicas fora do comum na produção de seus vinhos. Gostei muito do branco Vinha Formal 2013 e do tinto Vinhas Velhas 2015.
O Dão estava lá também , com a Quinta da Pellada, com excelentes vinhos e sua cepa típica da região: a Touriga Nacional. O seu tinto 2011 estava um espetáculo!
O Douro também estava presente com a Quinta do Vale do Meão e seus vinhos premiados pelas revistas especializadas. O Quinta do Vale do Meão 2013, que recebeu nota RP 95, WS 94 e WE 97, provou seus atributos!
Do Porto, a Grahms, da Symington Family Estates, produz grandes vinhos, desde o branco até seus Tawny e Rubi. O Tawny 30 years estava uma seda, com aromas e sabores complexos.
Ainda do Douro, a Quinta do Côtto, tradicional produtor de vinhos do Porto , passou a produzir vinhos de mesa à partir de 1930 e na década de 1970 foi precursora no conceito de vinhos de quinta.
Contrariando a antiga fama de que os vinhos verdes são ruins, a Soalheiro revolucionou a região do Minho, fazendo vinhos bons, de forma biológica e com mínima intervenção. O delicioso Alvarinho Reserva 2016, que obteve nota RP 92, estava muito bom.
A região do Tejo vem despontando com bons vinhos e com excelente relação custo / benefício e a Quinta da Lagoalva de Cima não foge à regra.
Os vinhos da ilha da Madeira são pouco conhecidos e valorizados no Brasil. A Blandy’s mostrou que produz grandes vinhos. A vinícola é tão tradicional que hoje em dia é dirigida pela oitava geração da família. Seus vinhos fortificados, como os do Porto, não ficam devendo para nenhuma outra região concorrente no mundo. Todos os vinhos presentes eram muito bons, mas o 10 Years Old Secial Dry era ótimo!
Outro ponto interessante do evento foi que eles trouxeram vinhos monocastas, de cepas típicas da ilha da Madeira: Sercial, Bual e Verdelho.
Falando agora da Espanha, os vinhos do grupo: Tempos de Vega Sicilia, Pintia e Macán são os ícones deste País. O grupo ainda é proprietário da vinícola Tokali Oremus, na Hungria. A representante deste produtor, neste evento, participou de uma entrevista comigo que vou relatar em outros artigos adiante. Provei um vinho que apreciei muito, que é o Pintia 2013.
A Bodegas Valdemar é uma das mais tradicionais da região da Rioja, onde se produz grandes vinhos.
Da Rioja também esteve presente a tradicional e secular Viña Bujanda, que abrange também as regiões de La Mancha, Rueda e Casilla.
De Navarra , da vinícola Julián Chivite, cujos vinhos são os preferidos pelo rei da Espanha, conheci o vinho branco Colección 125 2014 que estava surpreendente!
De Mallorca,a vinícola Ànima Negra, produz vinhos em minúsculas quantidades e com muita qualidade. Ela também faz rótulos criativos. O seu An Anima Negra 2012, elaborado com cepas nativas Callet, de vinhas velhas, é muito bom!
A Catalunha, que além da conhecida produção das cavas, vem produzindo belos vinhos. As bodegas Castell del Remei / Celler de Cérvoles são desta região.
De Jumilla, que é uma DO da pequenada região de Murcia, na costa sudoeste da Espanha, temos a vinícola Bodegas Luzón, que produz vinhos com a cepa típica da região, a Monastrelj (Mourvèdre).
Ribera del Duero, apesar de ser uma região mais nova do que Rioja, vem produzindo cada vez mais vinhos muito bons e o Pesquera não é uma exceção. O Milenium Reserva 2008 também de Ribera estava esplêndido!
Em um próximo artigo falarei dos demais vinhos do mundo.
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
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