A charmosa e pequena cidade medieval, inscrita pela Unesco como patrimônio da Humanidade, vive em função dos vinhos Brunellos.
No final dos anos 1800 o vinho da região de Montalcino era um vinho branco doce denominado Moscadello de Montalcino. Nesta época, Clemente Santi começou a estudar o potencial da uva Sangiovese, na sua variedade Sangiovese grosso, localmente denominada Brunello por sua cor escura.
Por volta de 1860, Ferrucio Biondi-Santi iniciou a produção de um vinho tinto, que se mostrou de ótima qualidade. Este vinho passou a ser consumido na região, devido ao seu alto preço fora. Foi apenas em 1950 que ele tornou-se popular na Itália e no resto do mundo.
Para serem chamados de Brunello de Moltalcino DOCG, os vinhos devem ser feitos exclusivamente com uvas Sangiovese da região e envelhecidas em barricas por, no mínimo 24 meses e, mais 4 meses em garrafa, antes de serem comercializados.
Estes vinhos harmonizam com carne vermelha, principalmente caça, de preferência acompanhada de trufa. Combinam também com queijo pecorino (de ovelha) italiano.
A região do DOCG Brunello de Montalcino fica nas encostas de um morro, cuja cidade se localiza em seu topo.
Os 221 produtores de vinho, os produtores de Brunello, estão agregados num consórcio que fica numa região com uma área de 24.000 Hectares.
No contorno da cidade, podemos encontrar imponentes casas, sedes das vinícolas, com suas entradas cercadas de ciprestes, típicas propriedades da Toscana.
As lojas de vinhos se espalham pela cidade de Montalcino, disponibilizando para prova dos apreciadores de vinho, inúmeras marcas de Brunellos e Rossos de Montalcino, de vários produtores.
Passeando pela pequena cidade, passamos pelo Duomo di San Salvatore, que é uma igreja românica gótica do século XIV, com sua frente decorada com mármore preto e branco.
Durante o percurso pela rua principal da cidade, vimos uma lousa, na porta de um restaurante chamado L‘Angolo. Um local simples, que no entanto, apresentava um cardápio tentador.
Fomos lá almoçar e pedimos os pratos que chamaram a nossa atenção: “Carpaccio de funghi porcini freschi com tartufo nero e queijo grana padano”, e também “Vitelo ao molho de Brunello”.
Para acompanhar esta refeição, pedimos duas taças de Brunello de Montalcino DOCG, produzido pela vinícola Fanti. Sua cor era púrpura intensa. Seu aroma era trufado, com notas minerais, integrado com o frutado e especiarias. Na boca apareceram taninos densos, macios e sedosos, com um fundo picante. Uma maravilha.
Comparando este valor com os preços cobrados nos restaurantes do Brasil... isto foi mesmo uma pechincha! Acredito que os preços daqui, resultam dos altíssimos impostos que pagamos!
A experiência foi única, o prato de funghi era mesmo divino, com suave aroma e sabor de trufa, um prazer indescritível!
Visitamos a fortaleza “Rocca”, que fica na entrada da cidade. Sua função era a de proteger a cidade dos inimigos. Rocca tem cinco torres e dentro dela existe também uma Enoteca.
Contam que, no processo de unificação da Itália, a região de Montalcino ficou numa posição política neutra. Por este motivo, sua população foi castigada e obrigada a enterrar os mortos resultantes deste conflito. Receberam então o nome pejorativo de ”beccamorti” (papa mortos).
Depois do almoço fomos visitar a “Cantine Casato Prime Donne” ,vinícola de Donatella Cinelli Colombini, nesta mesma região de Montalcino.
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