De Sevilha partimos para o sul de Portugal, que estava próximo e que nos interessava conhecer.
Fomos então para o Algarve, que é uma região de praia que foi muito elogiada por uma amiga portuguesa.
A palavra Algarve vem do árabe “al gharb”, que significa o oeste. O Algarve, portanto, é a região mais a sudoeste de Portugal.
Esta é a região turística mais importante de Portugal e uma das mais importantes da Europa também.
Na região do Algarve existem bons vinhos portugueses. A proteção das montanhas ao frio vento do norte, propicia a produção de vinhos do tipo:mediterrâneos. Os vinhos desta região são dificilmente encontrados no Brasil.
Lá existem 4 regiões demarcadas, DOC: Lagos, Timão, Lagoa e Tavira. Para acompanhar os pratos da região são aconselhados os vinhos: Quinta Barranco Longo Reserva, Foral de Albufeira, ou Tapada da Torre.
No Algarve existem vários tipos de praia, desde praias com natureza preservada, com boas faixas de areia, até as mais badaladas e as de nudistas. Muitas delas com belas falésias, dando sempre um charme especial para a região.
As praias são muito frequentadas pelos europeus, devido ao seu clima, um dos mais quentes no inverno.
Esta região teve uma população pré-romana, formada por várias tribos.
Os romanos dominaram a região do Algarve, de 200AC até 141 AC, dando grande autonomia à sua administração, por terem se aliado aos romanos.
Durante mais de 5 séculos, a região foi dominada pelos árabes e por isso atingiu um elevado esplendor cultural e econômico.
O turismo é a principal fonte de renda da região, seguido dos produtos agrícolas como: frutas secas, aguardente e cortiça (como matéria prima para fabricação de rolhas).
A indústria da pesca foi uma importante atividade econômica da região, inclusive com várias fábricas de enlatar sardinha. Hoje em dia a pesca fornece ao turista uma ampla gama de produtos, como peixes e a deliciosa Sentoja (tipo de caranguejo gigante).
Fomos a um restaurante a beira mar, onde havia sentoja. Resolvi tirar uma foto segurando aquele monstro.
O proprietário pegou-a pela pinça, me alertando que ela poderia até cortar um dedo meu, se fosse pega de forma errada.
Os barquinhos de pescadores, de cores diversas, que se espalhavam pela praia, davam um ar bucólico ao local.
O pescador, que segurava algumas sardinhas pela boca, mostrava a sua origem pesqueira da região.
Quando passamos por uma cidadela do interior do Algarve, vimos uma loja com vários artefatos de cozinha de cobre. Lá encontrei e comprei um tipo de panela chamada de “cataplana”, que é um produto típico da região. Ela feita em duas partes, com uma dobradiça ao meio e duas travas laterais para fechá-la.
Ela é usada, normalmente para cozinhar, em fogo brando, mariscos, mas pode ser usada para fazer carne de porco com cebola, temperos, batatas ou outros vegetais.
Pelo caminho também encontramos um caminhão vendendo meloa (um pequeno melão português). Sem prato, nem talher, cortamos a fruta, com a faca do vendedor, e comemos com as mãos, a iguaria, confirmando a sua doçura e seu delicioso sabor. Esta foi outra experiência inesquecível. No Algarve é comum apreciarem a melos com o vinho do porto.
Parece que a origem do uso da Cataplana foi localizada ao Norte da África. Lá existe um utensílio, chamado “Tajine”, feito de barro, cujo processo de cozedura se assemelha muito com a Cataplana.
O passeio ao Algarve foi muito interessante, por representar um tipo de praia diferente de todos os lugares que estive até então. Apesar da badalação, O Algarve mantém suas tradições. Mesmo tendo passado por lá no verão, ainda assim, achei que a água ainda estava muito fria, para nós brasileiros.
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