A Córsega é chamada L’ille “de beauté” (ilha da beleza), ou “Kallisté” (que quer
dizer a mais bela em grego).
Ela pertence hoje em dia à França (dista 200 km de Nice), apesar de
ser muito mais próxima da Itália (80 km da Toscana) e (10 km da Sardenha).
A Córsega é a quarta maior ilha do Mediterrâneo, depois da Sicilia,
Chipre e Sardenha.
A ilha tem 185km de comprimento por 85 km de largura e conta com
montanhas de até 2,7 mil metros de altitude, com neve o ano todo.
As principais cidades da ilha são: Bastia (com 45.000 habitantes),
Calvi (5.500), Corte (7.000), Ajaccio (65.000), Sartène (3.000), Porto Veccio
(11.000) e Bonifacio (3.000).
A Córsega é o pais da
Vendetta, da sesta, dos jogos políticos complicados, dos queijos fortes, das
castanhas e dos sábios senhores que observam a vida passar.
A ilha teve um passado de vários domínios: Cartago, o povo phocée , romanos,
vândalos, byzantinos, muçulmanos, cruzadas, Itália e França.
O período de domínio italiano, iniciou sob o domínio de Piza. Gênova
tomou conta da ilha, entre 1284 e 1735. Em 1735 houve uma revolta dos corsos, que
declararam a independência da ilha, até que a ilha foi comprada pela França em
1768.
Existe até hoje, na Córsega, um forte movimento separatista da
França, que às vezes chega a ser até violento.
Napoleão nasceu na Córsega em 1769.
Hoje em dia a economia da ilha é baseada em turismo, viticultura,
queijos e azeite.
O dialeto que se fala na ilha é parecido com o de Gênova.
Os vinhos foram introduzidos na Córsega pelos fenícios,
posteriormente pelos gregos e depois aprimorados pelos Romanos.
Existe na Córsega uma grande variedade de solos, espalhados por
todas as encostas da ilha.
Como a ilha se encontra na mesma coordenada de Roma e de Barcelona,
ela conta com um clima mediterrâneo, temperado pela combinação de influências
marítimas e das montanhas. O calor do
verão recebe a influência reguladora do mar que cria um clima favorável às
uvas.
A Córsega está dividida em quatro regiões vinícolas:
A zona granítica do oeste, que ocupa 2/3 da área total, onde se produz
vinhos de cor mais leve, refinados e com
aromas florais;
A região dorsal, do oeste, do noroeste e do sul, onde os vinhos são
mais leves e delicados.
O nordeste, onde o solo lembra o da Toscana, produz vinhos com mais
corpo.
A costa leste, onde os vinhos são mais suaves e harmoniosos.
Os vinhos da Córsega tem a proporção de produção: 54,7% rose, 33,1%
tintos, 10,5% brancos e 1,6% Muscat doce.
Os vinhos podem ser divididos em 3 grandes classes:
Nielluciu, Aléatico, Sciaccarellu
AOC (Apelacion d’Origine Controlée) 31%, onde tem que ser usadas
cepas locais, como Niellucciu (niellu significa negra, escura), Vermentinu e
Sciaccarello.
Biancu Gentili, Vermentinu
Vinhos varietais, que são Vin de Pays (59%), onde são usadas
misturas de cepas corsas como:
Niellucciu (clone da Sangiovese), Vermentinu e Sciaccarello junto com varietais como, Cabernet
Sauvignon, Sirah ou Merlot.
Vin de pays nouveau (10%), vendido nas terceiras terças feiras de outubro,
que por ser um vinho vendido novo tem seu sabor e qualidade acentuados.
Os produtores são divididos em 3 categorias: independentes (36) , cooperativas
de vinho (5) e uma cooperativa de agricultura.
A Importadora Empório
Sório, que fica na rua dr. Augusto de Miranda 802,
Pompéia (fone:2925.2601) aqui em São Paulo, trás vinhos, cervejas, geleias,
bolachas e outras iguarias corsas. Promove degustação aos sábados das 11 às 15
horas.
A Sório importa vinho dos produtores: O grupo Uval e a Domaine
Orenga de Gaffory, que já ganhou vários prêmios internacionais.
O grupo Uval foi criado pela união de pequenos produtores corsas.
Ele se tornou responsável por 25% da produção local e 70% do volume de
exportação. Vários vinhos deste grupo ganharam prêmios internacionais.
O simpático dono da Sório, Thierry , nos contou algumas curiosidades
sobre a Córsega:
Suas estradas são sinuosas e é difícil atravessar a ilha no sentido da sua largura,
devido aos altos morros que ali estão.
Praticamente não se consome peixe na ilha, que, por ter sido muito
invadida concentrou sua população nos morros, longe do mar e da possibilidade
de pescar.
No canto direito da ilha, canto que dá para a Itália, o sol se põe
mais cedo, portanto é um canto mais frio da Córsega, a única região que produz
a uva Pinot Noir.
Estive em diversas degustações no Empório Sório, onde pude provar os
vinhos:
Terra Nostra branco 2011, feito da uva Vermentino. É um vinho leve,
fácil de tomar. Apresenta aroma cítrico, na boca ele é fresco, com um pouco de
mel, seria interessante que tivesse um pouco mais de acidez. Tem 12% de
graduação alcoólica e custa R$54,00.
O vinho tinto, Orenga de Gaffory, feito de uvas Niellucci Grenache .
É um vinho bem encorpado, que não passa por barrica, recomendado para ser
bebido junto a pratos de carnes ou caças. Custa R$115,00.
Espumante Lip’s, feito com a cepa Muscat, é delicado e levemente efervescente,
com um toque adocicado. A graduação alcoólica é de 8% e custa R$75,00.
Domaine Pasqua 2004, das uvas Cabernet Sauvignon (60%) e Syrah, que é
o único vinho da importadora que passa (oito
meses) por barrica francesa. É um vinho leve, com uma boa estrutura na boca.
Sua graduação alcoólica é de 13% e custa R$ 91,60
Terra Mariana 2008, da uva Cabernet Sauvignon. Apresenta aroma de
frutas vermelhas e especiarias. Na boca apresenta taninos leves e de
persistência média. Sua graduação alcoólica de 12,5% e seu preço é de R$ 61,20.
Terrazza D’Isola 2011 rosé, das cepas Sciaccarello-Gris (60%) e
Cinsault. Tem um aroma frutado e fresco, harmonizando bem com cozinha
mediterrânea e oriental. A graduação alcoólica é de 12% e custa R$49,50.
Corsican Nature, das cepas Niellucciu (60%) e Pinot Noir. Apresenta
aroma de frutas vermelhas e na boca, ele é redondo e bem estruturado. Sua
graduação alcoólica é de 12,5% e custa R$62,00.
Umani Sciaccarellu 2011, com 12,5% de álcool. É um vinho agradável,
leve, com aromas de frutas vermelhas. Custa R$76,00, uma boa relação custo
/ benefício.
Umani Chardonnay 2011, com 12% de álcool. É um vinho agradável, com
aromas de mel e frutas brancas. Custa R$56,00.
Esta importadora oferece alguns pacotes a serem vendidos com 6
vinhos, assim reduzindo substancialmente
o seus preços.
O Empório trabalha também com azeites, canistrellis, cervejas,
queijos, geleias, chocolates e outras iguarias.
O azeite Oliu di Corsega é extra virgem (0,3% de acidez), elaborado a partir da
primeira prensagem a frio, das melhores azeitonas pretas colhidas bem maduras,
resultando em um produto marcante, delicado e de aromas finos e complexos como
amêndoas, nozes, maçã, ervas frescas e mel. A colheita dos frutos, bem maduros,
proporciona uma maior concentração de aromas e sabores. Antes de sua
comercialização, cada lote é degustado por uma comissão de experts, cuja
finalidade é verificar a ausência de defeitos e a tipicidade do produto,
confirmando o compromisso do grupo em elaborar produtos de excelência. Os
frutos utilizados são:
La Biancaghja (ou Sabine),
variedade autóctone e muito produzida na Córsega;
La Ghjermana di Casinca :
variedade produzida na Córsega há mais de 800 anos, foi introduzida pelos
genoveses e possui uma forte semelhança com a variedade la Frantoio,
responsável pelos melhores azeites da Toscana.
Os
Canistrellis do Sório são de: Canistrelli de Clémentine (latas), Canistrelli
Nature (latas), Canistrelli Figo e Nozes (350 g), Canistrelli Clémentine e Avelã
(250 g), Canistrelli Avelã e Chocolate (250 g), Canistrelli de Farinha de
Castanha, Canistrelli Amêndoas Caramelizadas (250 g), Mini Canistrelli Avelã e
Chocolate
As
geleias do Sório são das frutas: figo, figo com frutas secas, figo com nozes,
clementine (espécie de mexerica típica da ilha), cedrat (sidra), creme de
castanha, frutas vermelhas (morango, groselha e framboesa), laranja e amora
selvagem. Novidades 2013: Creme de Castanha e Chocolate, Geleia de Cereja Negra
e Tomilho, Geleia de Pêssego, Damasco e Mel e Geleia de Myrthe
São oferecidos no Sório, nas
últimas quintas feiras de cada mês, jantares de harmonização de pratos com vinhos corsos. Nesta ocasião, Thierry faz
uma apresentação de audiovisual sobre a Córsega e seus vinhos para as pessoas interessadas.
No empório Sório fui muito bem recebido tanto por Thierry como pela
Melissa, especialista nos vinhos. Ambos ótimos anfitriões nos oferecendo em São
Paulo, os sabores da Córsega.
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