Participei de
uma prova inusitada, a convite da Mistral, oferecida pela fabricante de taças
austríacas Riedel.
Nesta prova, nos
foram oferecidos 3 vinhos em 3 taças diferentes, para percebermos a
interferência do formatos das taças, nos sabores advindos de diversas cepas.
Os vinhos eram
das uvas, Pinot Noir, Syrah e Cabernet Sauvignon e as taças da linha Vinum,
desenhadas para cada uma destas cepas.
Este assunto é
bem controverso e evoluiu com o tempo e a pesquisa. Um destes casos se refere aos
espumantes que, no passado eram servidos em taças abertas e depois passaram a
ser servidos nas flautas (flut). Hoje em dia é recomendado o uso da taça correspondente
a cada cepa.
Numa degustação,
oferecida pela casa Don Perignon, foram servidos os Champagnes nas taças específicas
para as uvas que compunham os vinhos. Achei bem interessante!
Os projetos de
taças levam em conta a posição da língua a ser atingida pelo o vinho. Usando
diferentes formatos de borda, além do volume e abertura da taça, é possível permitir que o vinho se expanda ou
fique mais contido na taça.
Nesta prova,
cada vinho era colocado em 3 taças diferentes, para percebermos o resultado.
Começamos a
prova com um vinho Pinot Noir.
Na taça do Pinot
Noir, com uma curvatura na borda, o objetivo era o de jogar o vinho na ponta da
língua, onde os sabores doces são sentidos. Isto fez com que o vinho crescesse,
ficando mais frutado e balanceado. O diâmetro reduzido da boca e do bojo da
taça fez com que os aromas se concentrassem melhor, de forma que pudessem ser
melhor percebidos. Os vinhos Syrah e Cabernet Sauvignon ficaram muito intensos
e com taninos agressivos.
Na taça de Syrah, com um formato
oval e maior volume, o vinho era jogado no fundo da língua, onde é sentido o amargor. O segundo vinho experimentado com esta taça ficou perfeito. Os vinhos Pinot Noir e Cabernet Sauvignon
pareceram fechados demais e ganharam amargor.
A última prova
foi na taça de Cabernet Sauvignon, que é grande, tanto em área como em diâmetro
de abertura. Ali o vinho se espalha por toda língua. O vinho Pinot Noir,
principalmente, seguido do Syrah, desapareceu nesta taça. O Cabernet Sauvignon,
por sua vez, ficou muito bom.
Apesar de ter
ido parar a prova, sabendo do efeito que o formato da taça produz na percepção
do vinho, eu não imaginava que pequenas variações influenciariam tanto nos
nossos sentidos.
Agradeço à
Mistral e à Sofia Carvalhosa, por mais este convite, que me permitiu ter um maior
conhecimento sobre estes aspectos formais tão desprezados, até mesmo pelas
pessoas do mundo do vinho.
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