Em 2014, estive no evento denominado: “Venha descobrir os grandes vinhos do Alentejo”, onde provei bons vinhos da região. Participei também, nesta ocasião, de uma Master Class denominada: “As uvas tradicionais do Alentejo”. (http://www.youtube.com/watch?v=f2vsDXnnIZs)
A aula foi ministrada por Rui Falcão que mostrou, como sempre, seu conhecimento sobre os vinhos portugueses, sem ser enochato.
Rui iniciou fazendo uma explanação sobre as regiões portuguesas e suas diferenças, focando, sobretudo, no Alentejo. Ressaltou que o sucesso dos vinhos do Alentejo é grande e corresponde a 48% dos vinhos vendidos em Portugal.
Tento aqui transmitir as palavras de Rui:
“Portugal é o país que tem maior número de castas autóctones, por volta de 250, a sua maioria pouco adequada para se fazer individualmente um bom vinho. Desta forma, cada uva dá sua contribuição para a criação de vinhos de corte, com as qualidades próprias de suas uvas.”
O maior problema que o Alentejo sofreu foi no período da ditadura, que durou 41 anos. Nesta ocasião derrubaram a maior parte das vinhas para plantar trigo, cevada e outros cereais, tentando transformar esta região no celeiro de Portugal.
A região vitivinícola do Alentejo estende-se por cerca de 22.000 hectares de vinhas, no interior sul de Portugal. Constituída, em sua maioria, por planícies e vales. Os vinhedos plantados ali se beneficiam de um terroir para a produção de vinhos de exceção. As castas mais emblemáticas da região são: as tintas, Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet e as brancas, Roupeiro e Antão Vaz.
Passada a explicação partimos para a degustação dos vinhos:
Lusitano Branco 2013, das uvas Antão Vaz, Arinto e Roupeiro, produzido pela Ervideira. É um vinho agradável, fácil de beber, com um cítrico (limão siciliano) na boca. A importadora é a Caves Cruz.
EA Branco 2013, das cepas: Antão vaz, Arinto (presente na boca, acidez) e Roupeiro (herbáceo, denso). É um vinho fácil de beber, tem muita fruta e frescor. A importadora é a Adega Alentejana.
Tapada do Fidalgo Branco 2012, com as cepas: Antão Vaz e Arinto. Tem um tom amarelado. O vinho passa por madeira e é bem agradável. A importadora é a Adega Alentejana.
Dom Rafael Tinto 2010, das uvas: Aragones, Alicante Bouschet. A Alicante foi criada no Languedoc, mas os portugueses não admitem isto. Achei o tanino agressivo. A importadora é a Adega Alentejana.
Monte do Castanheiro Tinto 2011, com as cepas: Aragones, Trincadeira, Alicante Bouschet e Tinta Calada. O vinho apresenta fruta, flor, madeira, chocolate e cravo. É um bom vinho. A importadora é a Casa Flora.
Terras de Pias 2011, com as cepas: Aragones, Trincadeira e Alicante Bouschet. Ele apresenta bastante fruta (aragones) e frescor (trincadeira). A importadora é a Irmãos Seguso S.A.
Reguengos garrafeira dos Sócios Tinto 2007, com as cepas: Trincadeira, Aragones e Castelão, produzida pelo grupo Carmin. Bons aromas de banana, figo seco e terra úmida. Este é um vinho em que os sócios da empresa são os primeiros a retirarem suas garrafas. Eles escolhem os seus vinhos e deixam apenas uma parte para ser vendida. A importadora é a Casa Flora.
O interessante da apresentação é que os vinhos, na sua maioria eram bons e custavam no máximo R$100,00.
Uma das idéias da apresentação era a de mostrar, que no Alentejo, as castas portuguesas são muito utilizadas, apesar de existirem vinhos produzidos com castas internacionais.
Depois da Aula, fui para feira, onde a maioria dos vinhos era importada pela Adega Alentejana. Minha atenção voltou-se para os vinhos:
Adega Borba Branco 2013 e o Tinto 2012, que custam R$52,00 na Adega Alentejana.
Esporão Reserva branco 2013, custa R$93,00 na Qualimpor.
Tapada do Fidalgo, da EA, custa R$59,00 na Adega Alentejana.
Paulo Laureano Premium Branco, custa R$68,00 na Adega Alentejana.
Quinta do Zambujeiro Tinto, custa de R$250,00 a R$500,00.
O evento, que tem se repetido todo ano, foi bem organizado pela empresa CH2A Comunicação, de Alessandra Casolato.
Como sempre é bom participar de eventos de vinhos de Portugal, que é o país que mais divulga seus vinhos no Brasil.
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